Anne parou em frente à casa onde ela e Gabriel haviam construído tantas memórias. As luzes estavam acesas, iluminando a fachada de um lugar que, por tanto tempo, fora um lar. O ar frio de Madrid fazia com que ela ajeitasse o casaco, mas não era o frio externo que causava o arrepio em sua pele — era a incerteza do que viria a seguir. Depois de tantas idas e vindas, tantas dores e recomeços, ela se perguntava se finalmente havia chegado o momento de acertarem as coisas de vez.
Ela respirou fundo e colocou a chave na porta, girando-a com um clique suave. Quando empurrou a porta, a casa estava calma, exceto pela suave música tocando ao fundo. Gabriel estava na sala, vestido casualmente, sentado no sofá, mas assim que ouviu a porta se abrir, levantou-se de imediato.
— Oi... — ele disse, um leve sorriso surgindo em seu rosto, mas com uma ansiedade evidente no olhar.
— Oi — respondeu Anne, fechando a porta atrás de si. Ela olhou ao redor, notando que tudo estava como sempre foi, exceto pela presença de algo mais no ar. Uma expectativa, um silêncio cheio de coisas não ditas.
Gabriel andou em direção a ela, sem pressa, mas com uma determinação tranquila. Quando ele parou na sua frente, eles apenas se olharam por um momento, como se ambos estivessem tentando captar tudo o que o outro sentia sem precisar de palavras.
— Eu estava esperando por você — disse ele, a voz suave, mas carregada de significado. Ele deu um passo para mais perto, pegando as mãos dela nas dele. O toque era quente e reconfortante.
Anne suspirou, relaxando um pouco no gesto.
— Eu sabia que eventualmente voltaria para cá. — Ela sorriu de leve, mas havia algo mais profundo em sua expressão. — É o nosso lar, afinal.
Gabriel assentiu, os olhos percorrendo o rosto dela, como se estivesse decorando cada detalhe novamente. Então, ele deu um pequeno passo para trás e, para a surpresa de Anne, ele se ajoelhou.
— Gabriel... o que você está fazendo? — Ela perguntou, o coração acelerando de repente.
Ele tirou do bolso um pequeno estojo de veludo, o mesmo que havia deixado em cima da mesa da última vez que ela estivera ali, mas desta vez o gesto parecia diferente, mais significativo, mais verdadeiro.
— Da última vez, eu errei o momento. — Ele começou, olhando para ela com tanta sinceridade que Anne mal conseguia respirar. — Eu não estava pronto. Não estava focado no que realmente importava. Mas agora... agora eu sei o que eu quero. Sei que, sem você, tudo perde o sentido. Sei que a vida, por mais que tenha trabalho, sucesso ou qualquer outra coisa, não vale a pena se você não estiver ao meu lado.
Ele abriu a caixinha, revelando o mesmo anel de antes, mas agora, a luz refletida no diamante parecia ainda mais brilhante, quase como um símbolo de tudo o que eles passaram e superaram.
— Anne, você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. E eu quero passar todos os dias com você. Quero corrigir todos os meus erros, construir algo novo, algo sólido. Eu quero te fazer feliz. — Ele respirou fundo, a emoção clara em sua voz. — Então, aqui estou eu, de novo, te pedindo... Anne Ferreira, você me daria a honra de ser minha esposa?
Anne piscou, os olhos se enchendo de lágrimas. Por um momento, o mundo ao seu redor parecia ter parado. Aquele era o Gabriel que ela amava, o homem que, por mais que cometesse erros, sempre voltava para ela, disposto a ser melhor, disposto a amar sem reservas.
Ela riu suavemente entre as lágrimas, tentando processar a enxurrada de sentimentos.
— Você está me pedindo em casamento de novo... — ela sussurrou, ainda incrédula, mas completamente tocada.
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Sin límites - Gabriel Guevara
Fanfiction•Enemies to Lover • Tattoo • Espanha • Brigas • Palavrões • Drogas Lícitas e Ilícitas se isso te interessa, então veio para a fanfic certa