Em 1990, Hailey Winslet, uma adolescente de 17 anos, enfrenta complicações intensas em sua vida. Sob a pressão estética da época e lidando com conflitos familiares, ela foi internada em uma clínica de reabilitação após sofrer uma overdose causada pe...
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1990 - Los Angeles.
Hailey estava andando em cima da bicicleta em silêncio novamente. Jamie a observava de soslaio, mas ela parecia não se importar com a presença dele, pedalando cada vez mais rápido em sua frente.
— Ei, Haly! - ele parou, e ela olhou para trás. — Pode ir mais devagar? Eu não consigo te acompanhar desse jeito.
Ela permaneceu em silêncio, concordando com a cabeça. Os dois seguiram lado a lado pela estrada, e Jamie tentou quebrar o gelo.
— Está tudo bem?
Hailey olhou hesitante para ele e respirou fundo.
— Eu só quero chegar logo em casa, Jamie.
— Não foi o que eu te perguntei, Haly. Você está bem?
— Me pergunte isso mais uma vez e eu pedalo na sua frente, te deixando para trás de novo — ela o avisou, e ele abaixou o rosto, envergonhado. — Foi mal, eu só não quero ter que me explicar depois.
Hailey e Jamie continuaram pedalando em silêncio, o vento carregando folhas secas pela estrada, enquanto o sol da tarde iluminava os dois de forma quase nostálgica. Jamie manteve-se próximo, mas respeitou o aviso de Hailey, evitando pressioná-la.
Quando chegaram ao bairro, Hailey virou para a entrada da casa com um movimento rápido, estacionando a bicicleta na lateral e descendo com um salto ágil. Jamie parou logo atrás, ainda tentando entender o que havia de errado com ela.
— Chegamos — Hailey anunciou de forma seca, caminhando para a porta sem olhar para trás.
Jamie ficou parado por um momento, coçando a nuca antes de seguir atrás dela. Ele sabia que algo estava errado, mas também sabia que Hailey não era do tipo que gostava de ser confrontada diretamente. Ainda assim, ele sentiu que precisava tentar.
— Vai querer fazer algo depois? — perguntou, enquanto ela destrancava a porta.
Hailey parou por um momento, segurando a maçaneta antes de abrir a porta.
— Não, Jamie — disse, a voz soando mais baixa do que pretendia.
Ela entrou, deixando-o do lado de fora, mas a porta continuaria aberta.
Dentro de casa, o silêncio parecia acolhedor, mas ao mesmo tempo inquietante. Hailey caminhou até a sala de estar e jogou a mochila no sofá, os ombros ainda pesados com o que havia acontecido na escola. Sentou-se por um momento, encarando o vazio, mas não conseguiu permanecer ali. Levantou-se e foi para a cozinha, abrindo os armários em busca de algo para comer.
Encontrou uma caixa de cereais e derramou um pouco em uma tigela, mastigando mecanicamente enquanto sua mente revisava cada detalhe da interação com Sharon e os bilhetes no armário. As palavras ecoavam em sua cabeça como uma trilha sonora que ela não conseguia desligar.
