Capítulo 6

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Jang Daeho hesitou diante da porta do quarto do filho, sua mão pairando sobre a madeira. Ele estava tentando encontrar as palavras certas. Afinal, sabia que a relação entre eles não era das mais próximas. Respirou fundo, murmurando para si mesmo: "Não posso errar dessa vez..." Finalmente, bateu na porta, três toques firmes, mas não bruscos.

Jang Taeyang, do outro lado, franziu o cenho ao ouvir a batida. Não esperava visitas, muito menos tão tarde. Ao abrir a porta, ficou surpreso ao ver a figura alta e imponente de seu pai. Mesmo assim, manteve a postura calma, escondendo qualquer sinal de inquietação.

— Posso entrar? — perguntou Jang Daeho, sua voz firme, porém contida.

Taeyang deu um passo para o lado, abrindo espaço.

— Claro, senhor. — Ele se referiu ao pai com o devido respeito, mas o tom distante era evidente.

Daeho entrou com passos lentos, dirigindo-se à janela do quarto. Ficou em silêncio por um momento, olhando para o céu noturno. Então, finalmente quebrou o silêncio:

— Por que chegou tarde hoje? — Ele não virou para encarar o filho, mantendo o olhar fixo na paisagem além da janela.

Taeyang hesitou. Sabia que seu pai não fazia  perguntas banais.

— Estava resolvendo algumas coisas... Nada demais. — Ele tentou manter o tom casual, mas sua resposta era vaga, propositalmente.

Daeho finalmente se virou, cruzando os braços. Seus olhos firmes, semelhantes aos de Taeyang, analisaram o filho como se tentassem ler o que estava além das palavras.

— Resolvendo algumas coisas? - repetiu, arqueando uma sobrancelha. - Você sabe que não precisa fazer rodeios comigo.

Taeyang abaixou o olhar, mas não respondeu.

Daeho suspirou, quebrando um pouco a tensão. Voltou a olhar pela janela antes de falar novamente, com um tom mais leve:

—  Hoje conversei com seu médico. Ele me explicou muita coisa que eu deveria ter sabido antes.

Taeyang imediatamente ficou alerta.

— E o que o senhor achou?

Daeho apertou os punhos, mas controlou a raiva em sua voz.

— Achei que foi um erro ter deixado sua mãe responsável por você todo esse tempo. Quando soube o que você passou por causa dela... — Ele parou, respirou fundo, e então olhou diretamente para Taeyang. — Eu me senti culpado, filho. Não vou cometer esse erro de novo.

O silêncio no quarto ficou pesado. Taeyang piscou, surpreso com a sinceridade do pai.

— Pai... o senhor não precisa...

— Preciso, sim. — Daeho o interrompeu, aproximando-se. Sua presença parecia ainda mais imponente agora. Ele tirou uma chave do bolso e estendeu ao filho. — No próximo mês, você fará dezenove anos. Como um alfa solteiro, precisará de um lugar seguro para o seu período de cio. Esse apartamento é seu.

Taeyang olhou para a chave, mas hesitou em pegá-la.

— Um apartamento? É mesmo necessário?

— É mais do que necessário. - Daeho insistiu, sua voz grave. — Como cabeça da família Jang, é meu dever garantir que você não acabe em lugares inapropriados, vulnerável a oportunistas. Esse é o fardo que carregamos, Taeyang. Nossa posição atrai gente que faria qualquer coisa para tirar vantagem de uma fraqueza.

O peso daquelas palavras fez Taeyang engolir em seco. Ele olhou para a chave novamente e, finalmente, a pegou, sentindo o metal frio em sua palma.

— Obrigado, senhor... Eu vou usar isso com responsabilidade.

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