Era pra ser vingança [H.S]

Cap 1. A demissão

bem vindos ao primeiro capítulo

Giselle

Fazia uma semana desde que publiquei a matéria sobre o recém-cantor solo Harry Styles. O assunto era o suposto caso dele com uma fã — que, por sinal, não era nada confiável. Ela veio até mim para relatar o tal affair, e eu, sinceramente, não vou fingir ser moralmente correta. Trabalhando para uma revista de fofocas, é impossível ser. Meu trabalho é explorar a vida alheia, especialmente a dos famosos, e Styles foi apenas mais um entre milhares de nomes que passaram pelas minhas matérias. Nada pessoal, claro.

Essa matéria, em particular, gerou uma onda de fofocas tanto entre as pessoas comuns quanto entre os próprios famosos. Alguns deles fizeram piadas em entrevistas sobre o comportamento do cantor, que sempre se dizia reservado em relação à vida pessoal. Quem diria? O "santo" Styles se envolvendo com uma fã. Até eu fiquei chocada com a atitude. Mas quem sou eu para julgar? Só comento.

Graças ao deslize de Styles, recebi uma promoção na revista. Minha vida finalmente estava tomando o rumo que eu queria. Estava me preparando, financeira e profissionalmente, para realizar meu maior sonho: escrever meu primeiro livro. Sim, levo minha vida de "fofoqueira profissional" a sério. Não ligo se você dormiu com uma fã ou não; para mim, você é apenas uma ponte para alcançar meu objetivo. E, convenhamos, acha que é fácil descobrir os segredos de uma celebridade? Eu respondo; não é.

No momento, eu estava escrevendo sobre o término de Angelina Jolie e Brad Pitt. Que bafafa, meus amores! Além de quente, essa fofoca era lucrativa. Só se falava nisso, o que significava mais dinheiro para mim. Enquanto digitava freneticamente, o telefone da empresa tocou. Cada funcionário tinha um em sua mesa, mas, quando tocava, nunca era bom sinal. Atendi e rapidamente reconheci a voz da minha diretora, mais especificamente a chefe do meu setor. Ela pediu que eu fosse até sua sala.

Desliguei o telefone com o rosto pálido, sentindo-me como uma criança com medo de ser pega após comer dois biscoitos antes do almoço. Levantei-me rapidamente, ajustando minha roupa: uma calça social preta plissada, uma blusa branca e um blazer oversized preto. Tentei desamassar tudo, como se não passasse minhas roupas todos os dias antes de vir para este inferno.

A sala da diretora ficava no corredor à direita. As mesas dos funcionários ocupavam o centro do andar; à esquerda ficavam as salas dos superiores — ou "demônios" —, e do outro lado os sanitários, salas de impressão e afins. Quando cheguei à porta preta com maçaneta dourada, abri e caminhei até a cadeira em frente à mesa dela. Sentei-me e esperei que ela notasse minha presença. Quando percebi que a mulher fingia me ignorar, decidi falar.

— A senhora me chamou, Sra. Campbell? — perguntei, tentando soar educada.

— Sim, senhorita Montanes. Chamei porque tenho uma notícia muito triste para você... É com pesar que preciso demiti-la. Sinto muito, querida.

Meu mundo desabou.

— O quê? Como assim demitida? Eu faço um excelente trabalho aqui! Minha coluna rende milhões para essa revista! Sempre faço tudo certo... Não entendo. O que fiz de errado? — Minha voz tremia, meus olhos ficaram vermelhos, e meu coração parecia prestes a saltar do peito. Minhas mãos suavam. Eu sempre tinha dificuldades em lidar com situações que fugiam do planejado.