Eu sempre fui uma pessoa crédula.
Acredito, por exemplo, que beber depois de um dia ruim é a solução de todos os problemas.
Acredito que dias ensolarados são melhores do que os dias nublados e que a chuva é um castigo assustador projetado por Deus...
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Assim que ela saiu, eu quis ir atrás dela, mas me controlei.
Meus pés imploraram para segui-la e eu os obriguei a ficarem fixos no chão.
Eu não pretendia trazê-la de volta para minha bagunça neste momento, não quando eu sei que ela merece mais do que isso.
Só que então eu lembrei o motivo pelo qual eu estava em casa e não no trabalho. Essa noite estava com alerta amarelo e eu não queria deixá-la sozinha.
Eu mandei Jennie sair de casa e ela foi, sem fazer a menor ideia de que iria chover.
Entrei em desespero e peguei o primeiro guarda-chuva que encontrei, saindo correndo atrás dela. Achei que não tivesse dado tempo de ir muito longe, mas quanto mais eu corria e não a encontrava, maior era o meu desespero.
Procurei em todas as ruas perto de casa e avenidas movimentadas, com medo do céu que ficava mais escuro a cada segundo.
Minha mente me lembrava da expressão triste em seu rosto quando ela tentou sorrir mais cedo e, então, me recordava do pavor nas íris escuras na noite que invadiu meu quarto com medo da tempestade.
Meu corpo se arrepiava e meu coração disparava com a mera possibilidade de Jennie estar sozinha quando começasse a chover, então eu não parei de correr nem mesmo quando minhas pernas pediram por isso e os meus pulmões imploraram por ar.
Eu não parei por nem mesmo um segundo.
E quando o céu se cansou da minha lentidão e decidiu me punir pelas minhas últimas atitudes, quando a primeira gota caiu e a chuva rapidamente engrossou, eu perdi o controle.
Eu comecei a gritar seu nome sem me importar se receberia uma denúncia pelo barulho ou se todos me olhariam de maneira julgadora.
Não fazia diferença.
Ela era tudo o que me importava.
Ela sempre foi a única que importava.
Por isso, grito por ela com todo o fôlego que ainda tenho e corro à sua procura, cortando o caminho pelas ruas mais vazias.
