No colégio Ridgeview, o time de futebol americano Ridgeview Wolves e o grupo de líderes de torcida Wild Roses são a definição de rivais. Eles vivem em constante provocação e tensão, como se o sucesso de um dependesse da derrota do outro. Mas por trá...
O céu alaranjado do final da tarde pintava o campo de futebol da Ridgeview High, mas o clima entre os jogadores e as líderes de torcida era tudo menos sereno. Chloe McAllister caminhava pelo gramado com a postura impecável de sempre, seu uniforme azul e branco(Na mídia) destacando-se contra o verde vibrante. As Wild Roses, como eram chamadas as líderes de torcida da escola, seguiam-na como uma tropa disciplinada, ajustando os últimos detalhes para o treino.
Jason- Cuidado, Chloe, se pisar muito perto do campo, posso acabar acertando você com a bola sem querer.
Chloe parou e virou-se lentamente. Seus olhos verdes, tão intensos quanto esmeraldas, encontraram os de Jason com uma firmeza que o desafiava a continuar.
Chloe- Sem querer, né? - ela retrucou, a voz carregada de sarcasmo. - Assim como sua habilidade de acertar passes no jogo da semana passada foi "sem querer" - Faz aspas com os suas mãos.
As risadas abafadas dos jogadores atrás de Jason preencheram o silêncio momentâneo, enquanto algumas líderes de torcida trocavam olhares e sussurros. Chloe, no entanto, não esperou pela réplica. Com um movimento rápido e elegante, girou nos calcanhares e continuou em direção à lateral do campo.
Jason a observou enquanto ela se afastava. Havia algo no jeito como Chloe andava – confiante, quase desafiador – que sempre o deixava inquieto. Ele sabia que não deveria pensar nela desse jeito, mas, mesmo assim, não conseguia evitar.
No vestiário das líderes de torcida, o ar era preenchido com o som de risadas e o farfalhar de uniformes sendo guardados. Rachel, a melhor amiga de Chloe, jogou-se num dos bancos de madeira com um suspiro teatral.
Rachel- Sério, Chloe, você e o Jason precisam parar com essa guerra fria. Dá pra sentir o drama de quilômetros de distância.
Chloe soltou uma risada curta enquanto ajustava os cabelos num coque.
Chloe- Não tem drama nenhum. Ele é só um idiota que acha que pode tudo.
Rachel arqueou uma sobrancelha.
Rachel- Se você diz.
Mas Rachel sabia. Conhecia Chloe desde o primeiro ano e tinha percebido que havia algo por trás da maneira como ela falava de Jason – algo que parecia pesar nos ombros dela sempre que o nome dele era mencionado.
Mais tarde, quando o campo estava vazio e o céu já havia escurecido, Chloe voltou para buscar a mochila que havia esquecido. Ela não esperava encontrar Jason lá ele estava jogando a bola de um lado para o outro como se fosse sua única companhia.
Chloe- Você ainda fica aqui depois do treino?
A voz dela cortou o silêncio, e Jason virou-se rapidamente, surpreso. Por um momento, ele ficou imóvel, como se não tivesse certeza se era uma visão ou realidade.
Jason- E você ainda aparece para me atormentar depois que todo mundo foi embora? - ele respondeu, tentando soar casual, mas havia algo na suavidade da voz que entregava mais do que pretendia.
Chloe deu alguns passos hesitantes em direção a ele, os tênis afundando levemente na grama. Estava diferente sem o uniforme; parecia menos líder de torcida e mais...Chloe. Isso mexeu com Jason de um jeito que ele preferia não admitir.
Chloe- Você acha que eles desconfiam? - ela perguntou, cruzando os braços.
Jason desviou o olhar por um momento, jogando a bola para o chão e pegando-a de volta.
Jason- Não. Mas se a gente continuar provocando um ao outro assim, talvez eles comecem.
Ela suspirou, um som baixo, quase inaudível, mas Jason ouviu.
Jason- Você lembra como era fácil antes? - ele continuou, arriscando um olhar direto. - Quando éramos só nós dois?
Chloe desviou o olhar para o gramado, os dedos brincando com a alça da bolsa.
Chloe- Lembro.
Jason deu um passo mais perto, a bola agora esquecida em suas mãos.
Jason- Nós éramos bons nisso... esconder as coisas. E éramos melhores juntos.- ele disse, as palavras escapando antes que pudesse se segurar.
Os olhos dela encontraram os dele, e por um momento, foi como se todo o tempo entre eles desaparecesse. Mas Chloe era boa em construir muralhas – muralhas que ela não podia se permitir derrubar agora.
Chloe- Isso ficou no passado, Jason. -ela disse finalmente, a voz fria, mas não dura o suficiente para esconder o tremor que ele notou. - Esquece.
Ela deu um passo para trás, quebrando o contato visual, e começou a se afastar. Jason não tentou impedi-la. Ele ficou ali, parado, enquanto ela desaparecia na escuridão ao redor do campo.
Quando chegou em casa, Chloe jogou a bolsa no chão do quarto e se sentou na cama. O silêncio da noite a envolvia, mas sua mente estava barulhenta. Ela abriu a gaveta do criado-mudo e tirou uma fotografia antiga que sempre mantinha escondida – ela e Jason, rindo juntos numa tarde de verão.
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(Eles na foto)
Era a última lembrança de um tempo em que tudo parecia possível. Antes do pai de Jason, o técnico do time, intervir.
Flashback on:
Manson- Isso vai acabar com os dois. - ele dissera, frio e calculista. - Você acha que vai conseguir ser capitã do time com esse tipo de distração? E você, Jason, acha que vai ser um líder respeitado se as pessoas virem isso?
O ultimato não lhes dera escolha. Ambos sabiam o que estava em jogo: os sonhos, os futuros que estavam construindo, o respeito que lutavam para conquistar.
Mas saber não tornava mais fácil esquecer.
Enquanto isso, Jason continuava no campo, a bola de futebol abandonada a seus pés. Ele também tinha suas lembranças. No bolso de sua jaqueta estava o bracelete que Chloe lhe dera no aniversário de 14 anos – um simples cordão de couro com um pingente pequeno, mas que significava tudo para ele.
Jason segurou o bracelete por um momento, os dedos passando pelo pingente desgastado. Ele não era bom com palavras, mas sabia que ainda a amava.
E, naquele momento, enquanto olhava para o céu estrelado, Jason tomou uma decisão: ele não ia deixar aquilo acabar assim.
Se Chloe tinha medo do que os outros pensariam, ele enfrentaria esse medo por ela. Afinal, ele já havia perdido uma vez, e não podia suportar perder de novo.
