CAPÍTULO XIX

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"A brisa fria do oceano agora se transformou em lâmina"

I,II BE YOUR MAN - BTOB

"Não podemos ficar juntos."
"Ficar ao meu lado não é bondade."
"Nosso amor por si só está nos matando."
"Não sirvo pra você."
"Eu poderia te matar agora."

- Não me obrigue a isso, ou eu corto fora! - Arvid diz, pxando a katana da bainha e apontando para si mesmo, na vaga ilusão de acabar com a própria vida.

- Filho, pare com isso! - Sua mãe fala, segurando sua mão.

Logo, a porta se abre. Lewis passa por ela, e Emma, que por sua vez lutava contra seus sentimentos.

- Onde ele está? - Lewis questiona ao se aproximar

- Está aqui! Afogado em suas dores! - Sra.Phillips fala de maneira rápida e impaciente.

Arvid olha para trás e pousa seus olhos em Emma. E logo entoa um breve sussurro:

- Emma.

No entanto, ao dizer o nome dela, Emma se aproxima e lhe disfere um tapa no rosto.

- Assassino, mentiroso! - Ela diz, tentando não chorar, mas seus olhos entregavam o quanto estava infeliz.

O homem que tanto amara e ama foi a causa das noites chorando pelo pai e podia não ser só a única que sofreu por causa dele.

Lewis opta por deixá-los a sós, tirando a Sra. Phillips de lá, que tanto sofrera pelas ações do filho, mas tinha certeza de que não era um assassino.

Arvid tenta se aproximar de Emma, mas ela se afasta. Sua mente só conseguia acusar que ele era o assassino.

" Ficar ao meu lado não é bondade."
" Não sirvo pra você."
E o tão cínico olhar: "Eu poderia te matar agora."

Emma só conseguia pensar no quanto aqueles olhos o condenavam e no quanto ele fingia tão bem.

- Foi você! Você que matou aquelas pessoas, naquela noite você estava lá e vidas foram tiradas. Que tolice: "praga desconhecida" e ainda por cima machuca seu próprio irmão.

Arvid se aproximava cada vez mais, enquanto a mesma se afastava, até que seu corpo se chocou contra a parede. Emma não podia negar que sentira medo do olhar que lhe propusera naquele instante.

- Eu não os matei! - Fala com a voz sobrecarregada pela dor.

Ver a mulher que ele ama o acusando era pior do que uma adaga cravada em seu coração.

Emma olha pra ele; não era aquele olhar que costumava lhe ceder, mas havia raiva e mágoa. Seu coração insistia em dizer que ele era inocente, mas não podia negar que suas ações provavam o contrário.

- Por que o meu pai? Por que o matou?

Arvid desvia o olhar e suspira. Queria que sua amada nunca soubesse dessa tragédia.

- Temo que nada que eu disser a fará acreditar em mim.

Emma não quis saber de nada; queria apenas respostas.

- Eu não preciso acreditar, mas se há justificativas, diga-me agora... diga por quê...

- Foi... - Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a porta se abre rapidamente, e Lewis entra às pressas.

- Arvid, precisamos sair daqui... já sabem que feriu o ferreiro... estão atrás de você.

Phillips o acompanha e olha para Emma uma última vez e sussurra:

- Sinto muito.

Antes de sumir da sua visão.

ARVID PHILIPS

"A lágrima mais pesada é aquela que não cai."

Será que isso me torna um assassino?

- Finalmente, sua máscara caiu, Phillips! - Escuto passos se aproximando, e essa voz eu conheço muito bem.

- Tem razão! - Ri sem ânimo. - Você venceu dessa vez!

Digo saindo, mas ele diz algo que atrai minha intenção, fazendo-me parar repentinamente.

- Desistiu de procurar o assassino?

- Não preciso mais procurá-lo; só preciso ter certeza pra cumprir o que prometi.

Hatt tira sua katana da bainha e a segura.

- Você é esperto, irmão. É uma pena que não use essa esperteza. Talvez morrer seja o melhor para você agora.

Ele vem até mim com a intenção de ferir-me, mas desvio a tempo, fazendo-o dar passos desequilibrados.

Tiro minha katana e tenho certeza: "ele é o assassino".

- Posso até morrer. Morrerei com muito prazer se você for junto.

Falo, apontando a katana em sua direção, até começarmos a lutar. De fato, havia treinado assim como eu todos esses anos. Por um momento, ele me vence e derruba-me no chão, chutando minhas costelas e depois me asfixiando.

- Você é tolo! Tão insensato a ponto de não olhar para aquele que você empurrou e acha que matou, mas deixe-me dizer: "ele estava vivo" e você fugiu como um covarde. Então, terminei o serviço pra você.

Alex sorri de forma ampla e exagerada.

"A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram."

E o que mais desejo agora é matá-lo. Pego minha katana, que havia caído no chão, e enfio em sua coxa, fazendo um corte profundo. Alex me solta e geme de dor no chão. Desfiro um chute no recente machucado.

- Agradeça por não te matar ainda.

Saio, deixando-o jogado no chão.

Todos esses anos me culpando por algo que não fiz.

"Assassinos merecem morrer da pior forma possível."

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