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Não é egoísmo, mas eu quero você unicamente, exclusivamente, absolutamente só pra mim! E a ideia de que outra pessoa possa possuir você, é como uma faca perfurando minha alma ....
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Maitê Brando 17 de janeiro de 2025 Sexta-feira
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O primeiro raio de sol atravessou a fresta entre as cortinas, tingindo o quarto com uma luz suave e dourada. O silêncio no quarto era quase absoluto, interrompido apenas pelo som distante do tráfego. Eu pisco lentamente, o corpo ainda pesado pelo sono e pelos resquícios de emoções da noite anterior. Aos poucos, a consciência foi retornando, e com ela, as lembranças. Viro a cabeça no travesseiro e vejo o outro lado da cama vazio, porém ainda marcado.
Pela presença de Hayden. O lençol amassado e o calor residual testemunhavam que ele havia estado ali até há pouco. Fecho os meus olhos por um momento, inspirando fundo, como se quisesse guardar aquele instante de paz frágil. Já na noite anterior voltou como um filme, vívido e inescapável. Depois de tantas discussões, tantas palavras duras trocadas, ela não esperava que uma situação com o William, transformasse em algo mais. Ainda assim.
Lá estavam nós. Um de frente um para o outro, as mágoas dissolvendo-se apenas em conversas honestas e olhares que pareciam dizer o que as palavras falharam no momento da nossa conversa.
— Eu senti sua falta.. – palavras que ele havia dito na noite anterior, a todo momento, a voz rouca e hesitante, eu também havia sentido.
Passou a mão pelo lençol, perdida na textura do tecido. Eu me lembro do momento em que decidimos sair juntos do e evento, e vim diretamente para o hotel. Não havia pressa, nem certezas. Apenas um desejo mútuo de se entenderem, de se reconectarem. As palavras deram lugar aos gestos, e as mágoas ficaram para trás, ao menos por aquela noite. Eu sento-me na cama, os meus cabelos negros caindos em uma cascata desordenada sobre os meus ombros.
O quarto tinha o cheiro dele, uma mistura de perfume amadeirado e algo indefinivelmente Hayden. Olho para a janela, onde o mundo lá fora seguia indiferente ao que tinha acontecido ali dentro.
Uma pontada de insegurança cruzou sua mente.
— Será que isso muda alguma coisa ? – eu sussurro, me perguntou em silêncio. Mas antes que a dúvida pudesse crescer, ouvi o som de passos no corredor e, logo depois, a porta do quarto se abrindo. Hayden apareceu com duas xícaras de café na mão e um sorriso discreto no rosto, como se soubesse exatamente o que ela estava pensando.
— Bom dia. – ele disse, a voz calorosa, enquanto caminhava em sua direção. Eu o observo por um instante, sentindo uma inesperada tranquilidade. Talvez as cicatrizes não fossem embora tão rápido. Mas, naquele momento, enquanto aceitava a xícara e sentia o calor do café entre as minhas mãos, eu decidi que isso era suficiente.
— Bom dia. – respondo, com um pequeno sorriso que prometia mais do que as palavras poderiam dizer.
— O que vai fazer agora ? – perguntou ele, dando um longe em seu café.
— Não sei ao certo. Bem, só iremos ter outro evento no domingo, eu estava pensando em chamar o pessoal para irmos dar uma volta. – dou de ombros. — Por quê a pergunta ?
— Estava pensando... – ele coloca sua xícara na bandeja, e toma a minha das minhas mãos em seguida, fazendo a mesma coisa. Hayden se aproxima lentamente, colando nossos rostos. — Em sairmos juntos depois... O que você acha ?
— Eu sei que você vai sair, querida. – fala convencido, arrancado-me uma gargalhada.
— Muito convencido, Hayden Christensen. – sem dizer mais nenhuma palavra, Hayden cola nossos lábios, inciando um beijo lento. O beijo se intensificava, mas fomos interrompidos pelo toque do meu celular. — Hayden, tenho que atender... Hayden!
— Maitê... Depois você atende... – ele tenta impedir-me, mas eu atendo o telefone colocando no viva-voz.
— Oi ? – era Emma ligando-me.
— Tava pensando em sairmos para aquele bar que sempre vamos, o que acha ? – quando estava prestes a responder, Hayden tem a audácia de beijar o meu pescoço. Tento ao máximo não soltar um gemido. — Mai, você está bem ?
— Que bom, então. Nos vemos as sete e meia lá no bar. – antes que eu desligasse, Emma fala: — Pode vim também, Hayden. – franzo a testa em confusa, e antes que eu fale, elu responde: — Nós vimos vocês dois saindo do evento juntos. – dito isso, Emma apenas encerra a ligação.
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