Capítulo 15

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Não desanime. O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia. Não é como a da mulher. Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento. O homem só precisa de uma banda. A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.

Arnaldo Jabor


Não há heróis quando a pena que escreve o conto está nas mãos de um vilão. Na visão dos impiedosos, todos ao seu redor refletem apenas sombras e fraquezas semelhantes. Para Cassian Thorn, a percepção da natureza do seu irmão Lucian era como um amargo que jamais dissipava; ele sabia, desde muito cedo, que entre ambos, o vínculo de sangue sempre foi permeado por desconfiança e rivalidade. Lucian era um furacão, uma tempestade que devastava tudo ao redor, movido por impulsos destrutivos e paixões violentas. Já Cassian era uma primavera rara, delicada e cheia de vida, uma brisa suave em meio ao caos da família Thorn. Tão diferente era ele que, por anos, os que conheciam sua mãe Evangeline se perguntaram, em segredo, se aquele rapaz doce e genuíno realmente trazia o mesmo sangue frio dos Thorn nas veias.

Contudo, Cassian nunca se deixou abater por murmúrios alheios; ele sabia quem era. Trazia o sangue da linhagem, mas um coração que resplandecia em bondade. Amava o irmão, sim, com uma lealdade quase ingênua, mas o tempo ensinou-lhe a crescer, a endurecer. E foi então que conheceu aquela a quem julgava ser o amor de sua vida, uma presença que ele não apenas amou, mas a quem também ofereceu um espaço de brilho próprio. Por sete anos, ele alimentou sonhos ao lado dela, construiu alicerces, sustentou-a com um afeto que acreditava ser sólido e inquebrantável. E no entanto, nada é permanente em um deserto. Como grãos de poeira, o castelo que ergueram desfez-se no vento áspero da traição. Cassian, que se entregara inteiramente, viu-se diante de ruínas. E, tal como o sol abrasador que consome o frescor do orvalho pela manhã, tudo o que fora construído desmoronou, deixando-lhe apenas a sensação de que o amor, tão puro em sua natureza, pode se desintegrar quando exposto aos olhos impiedosos do vilão.

Ele mudara completamente, como o dia que se converte na noite sem que se perceba. Sua pele brilhava sob a leve camada de suor, e seu corpo nu exalava uma força quase primitiva enquanto mantinha o controle da situação. A intensidade de seus movimentos era firme, marcada por uma cadência que oscilava entre o domínio e uma sensação de rendição, como se cada toque carregasse um propósito sombrio. As mãos firmes em seus ombros pareciam carregadas de um peso invisível, como se ele buscasse algo além do prazer.

Roxane reagia, entre suspiros e gemidos, capturando o momento em uma mistura de emoção e tensão. Ele a observava, absorvendo cada expressão, e em seu íntimo sentia uma pontada de vingança — não era o tipo de justiça que esperava, mas, naquele instante, era o que lhe restava. O instante parecia eterno, preenchido por uma intensidade silenciosa e ao mesmo tempo avassaladora.

Quando, enfim, chegou ao ápice, sentiu o corpo liberar-se em um clímax que o fez desmoronar internamente, como uma correnteza que encontra o mar após uma longa e turbulenta jornada. O silêncio que se seguiu parecia quase redentor, mas também trazia um vazio, uma lembrança de que nem sempre o prazer poderia realmente preencher o que fora perdido.

 O silêncio que se seguiu parecia quase redentor, mas também trazia um vazio, uma lembrança de que nem sempre o prazer poderia realmente preencher o que fora perdido

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⏰ Última atualização: Nov 18 ⏰

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