reasons to live.

onde tudo começou Cap 1.

Trafalgar Law, um dedicado estudante de medicina, estava no último período da faculdade. Tudo parecia estar em seu lugar — uma carreira promissora à vista e o sonho de se formar quase realizado. Mas então, o inesperado aconteceu: uma explosão abalou o centro da cidade. Ninguém sabia exatamente o que havia ocorrido, e o governo, misteriosamente, recusava-se a dar explicações. No entanto, rumores logo começaram a se espalhar: um “vírus” estava contaminando o sistema de abastecimento de água local. 

As consequências foram rápidas e devastadoras. Pessoas que ingeriram a água contaminada começaram a adoecer. O que parecia ser uma gripe comum, no estágio final, levava à morte. Em pouco tempo, a cidade entrou em quarentena. Cientistas e médicos tentavam desesperadamente encontrar uma cura, ou ao menos era isso que as transmissões oficiais na televisão diziam. 

Law, impaciente e frustrado, sentava-se no sofá de sua sala de estar, o controle remoto em mãos, enquanto a televisão exibia notícias alarmantes. Ele pegou o celular e ligou para seu pai, Corazon, um renomado médico que trabalhava diretamente para o governo e estava na linha de frente da crise. 

— Por que tenho que ficar em casa, pai? Não é só água contaminada? — questionou, irritado, enquanto tamborilava os dedos no braço do sofá.

Do outro lado da linha, Corazon suspirou. Sua voz soava cansada, mas firme: 
— Filho, não é tão simples assim. Eu não posso te contar muita coisa, mas preciso que confie em mim. Muitas pessoas estão adoecendo, e não sabemos se é só a água... 

Antes que pudesse continuar, um grito cortou a ligação. 
— AHHHH!*

Law levantou-se de um salto, o celular quase escapando de suas mãos. 
— Corazon?! O que tá acontecendo? Pai?! 

O barulho de vozes e passos desesperados ecoava ao fundo: 
— Peguem ela! Ela está viva! Amarro-a rápido!

A respiração de Corazon parecia ofegante, e sua voz, trêmula, voltou à ligação. 
— Law, escute-me! Você precisa sair de casa agora... e... BOOM!

Uma nova explosão foi ouvida, desta vez mais próxima. Law correu até a janela. Lá fora, o caos havia tomado conta. Pessoas corriam pelas ruas, mas o que chamou sua atenção foram as figuras deformadas que perseguiam os transeuntes. Eles eram... humanos? Não, *aquilo* não era humano. Seus corpos estavam cobertos de feridas, alguns com membros deformados. 

Uma voz masculina irrompeu na ligação: 
— Fechem todas as portas! Eles estão vindo para a cidade! Antes que seja tarde— MERDA!

A linha ficou estática por alguns segundos, antes que Corazon voltasse a falar, desesperado: 
— Law, ouça-me! Vá até o meu quarto. No armário há uma mochila e armas. Não pergunte, apenas confie em mim. Você precisa fugir agora. Não importa o que aconteça, não confie no governo. Sobreviva, por favor. E, filho... me perdoe.

A ligação foi encerrada abruptamente. 

— Que porra é essa?! — exclamou Law, tremendo tanto de raiva quanto de medo. 

Sem perder tempo, ele correu escada acima, invadindo o quarto do pai. Ao abrir o guarda-roupa, afastou as roupas, revelando um arsenal escondido. Pegou uma pistola equipada com um silenciador, uma mochila que parecia já estar preparada para emergências e, para sua surpresa, uma katana. Ele hesitou, mas decidiu levá-la, pendurando a bainha nas costas. 

Enquanto se preparava para sair, um estrondo fez a casa estremecer. A porta da frente foi arrombada com violência. Law aproximou-se das escadas com passos cautelosos e viu a sala destruída. Lá embaixo, uma criatura grotesca vasculhava o local, seus movimentos erráticos e inumanos. 

— Que merda é essa? Não tem olhos... mas parece escutar bem. É um zumbi? Não, isso não faz sentido... ou faz?

Antes que pudesse recuar, o chão sob seus pés rangeu. A criatura virou a cabeça em sua direção e soltou um grunhido aterrador. Em um piscar de olhos, lançou-se escada acima, derrubando Law com força. Ambos caíram no chão, a criatura agarrando-o com mãos deformadas e afiadas. 

— Sai de cima de mim, seu monstro! 

A luta foi intensa, mas o que o deixou em choque foi ouvir a criatura murmurar, com uma voz falha e gutural: 
— Me... ajuda...

Por um breve momento, Law hesitou. Ainda era humano? Não teve tempo para pensar. Sacou a pistola e apontou sob o que restava da cabeça do monstro. O disparo foi seco, e o corpo pesado desabou sobre ele, um líquido preto escorrendo pelo chão. 

Law empurrou o corpo para o lado e se levantou, respirando com dificuldade. 
— O que foi isso? — murmurou, olhando para o líquido viscoso que manchava o piso. 

Ele sabia que precisava sair dali. Descendo as escadas rapidamente, viu pela janela mais pessoas sendo atacadas nas ruas. O instinto de ajudar o corroía, mas sabia que, se ficasse, estaria morto. 

E assim, Law correu. Sem olhar para trás, apenas correndo o mais rápido que podia, mergulhando em uma cidade que não reconhecia mais como sua.