De Ostra a Pearl, sobre Ele.
Uma vez vi um coelho.
O que podemos dizer? Dentre os locais escuros pelas quais tenho o habito de habitar, ele era baixo, talvez alto para si mesmo, quem sabe, branquinho feito porcelana, lá roupas pretas como uma boneca, e ele era uma, até ganhar vida diante de meus olhos e começar a se mexer, Nenhum som ele reproduzia, só aqueles tilintares sutis, tão sutis que forcei os ouvidos para poder os escutar, só conseguia pensar nisso, em movimentos verdadeiros diante de seus olhares, pequenas bolinhas de cristal reluzindo a escuridão a sua volta, olhos mortos, reais e verdadeiros.
Eu sempre tive algo a dizer, exceto dessa vez em especifico, nada saia de mim, eu apenas ansiava ouvir, apenas, e como isto veio parar aqui? Por quais mais lugares abandonados e sombrios ele passou e passará em sua trajetória? E quais vou estar lá, em minhas pequenas viagens e caçadas, para vê-lo e ouvi-lo mesmo sem dizer nada, é assustador, principalmente, saber que ele sabe que eu estou lá, o observando, ouvindo e vendo cada minúsculo detalhe, já até nos olhamos uma vez, pensei que gritaria de medo de ver outro ali, porem não, teve a melhor reação possível, apatia, ele não se importava comigo, percebi, nem com a sua prospera morte, nem consigo mesmo, foi puro de tão belo. Espero conseguir falar algo antes que se vá embora a passos verdadeiros de novo, nas próximas vezes que eu o vir, e o verei, dessa vez tirarei palavras de sua boca.
Até mais, Pequena Aparição
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De Liam a Ela
O que dizer?
Não sinto de verdade, sua falta, nunca nada é ou foi interessante alguma vez, mas só uma coisa sequer me fascinou. Roupas beges, saias leves e rasgadas, coroas de flores, todas aquelas partidas de esconde esconde entre as arvores, sempre nossas arvores de pétalas beges, e os penhascos, você se sujava sempre, todo dia de lama, e ficava assim até o dia seguinte, quando aparecia limpa e com mais energia para ajudar a todos, ainda sim, com tudo isso, não há nada de especial em ti, e nunca me vi algo tão interessante assim, seu olhar vivo, cheio, transbordando de vida, exceto hoje, pois você morreu, e eu não, nada a se dizer sobre isso.
Sei que a única coisa que me prende é o nada, nem passado inutilmente pedante, nem expectativas futuras traiçoeiras, já você tinha expectativas, muitas, ajudas, você queria ajudar outros desde sempre, isso até então me intrigava e ainda me intriga, nada nunca foi bom para nós de verdade, todas aquelas bênçãos falsas, então, por que você sorria? Por que se expressava sempre sorrindo como uma boba, e por que eu? Não as quero, nem terei, nunca, tais respostas, pois ambos morremos naquele penhasco em que caímos, a diferença é clara, você se jogou e eu fui puxado por você, eu nunca pedi para isso, para você, nunca te pedi nada, e esse foi seu pecado, morrer e me deixar aqui. Esse é o meu pecado, te deixar morrer e ficar aqui, no nada.
Até nunca mais, Elaine Woods