Quando se tem tudo o que deseja a vida passa a perder a graça. Mas claro que só até achar algo ou alguém pela qual valha a pena lutar para conquistar. Mas quando não se tem tudo é difícil acreditar que exista algo ou alguém que lute por você.
"Eu da...
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"Fala pra mim o que eu quero ouvir Que tu sentiu o que eu senti..."
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✪ ISADORA POV ✪
Sons misturados e altos, malas rodando, criança chorando, e lojas de conveniência por alí e por aqui completavam a energia caótica do aeroporto onde eu estava. Eu sabia que ter dinheiro me garantia muitas vezes lugares mais calmos, organizados, e confortáveis, mas é claro que isso não se aplicava a aeroportos, que eram sempre tão iguais, mas que eu sinceramente não me importava.
Depois de muitos longos minutos de espera, eu finalmente embarquei. O avião era um daqueles grandes que se separavam em duas partes, a classe econômica e a primeira classe. Eu andei pelo corredor de poltronas até lá no fundo, passando por uma pequena porta que indicava a troca de classe. Ao lado da janela oval do avião encontrei meu assento. Sentei na larga poltrona de estofado bege e antes de qualquer coisa, peguei meu celular do bolso para ligar o modo avião.
Antes que eu pudesse abrir a barra de funções para encontrar o símbolo de aviãozinho, pude ver uma notificação do Instagram na tela inicial. Eu normalmente não reparo nas minhas notificações, ou até mesmo as mantenho desativadas, mas assim que vi aquela foto de perfil com um rosto tão familiar, e o nome mais ainda, decidi abrir o aplicativo apenas para confirmar o que já sabia, a Sandy havia me seguido.
Não levou muito tempo até que que entrasse no perfil dela e clicasse em seguir de volta. Eu sabia que minha assessora logo ligaria para repreender a ação, dizendo que isso poderia gerar burburinhos ou insatisfação da mídia, como ela sempre fazia, mas eu lidaria com isso mais tarde. Por hora, apenas liguei o modo avião e assim que a bolinha ficou laranja enfiei o celular de volta no bolso da calça de alfaiataria. O avião logo lotou, e então o piloto anunciou falando rápido que estava prestes a levantar voo, junto com aqueles avisos obrigatórios para permanecer sentado durante a decolagem, colocar os cintos de segurança, o que fazer em caso de emergência, e mais um monte de blá blá blá.
Confesso que dormi praticamente a viagem inteira, acordando só de vez em quando para comer o que a aeromoça oferecia. Foi quase um dia inteiro até que eu finalmente desembarcasse em Servilha, na Espanha, ficaria dois dias até ir para Lisboa, capital de Portugal. Isso tudo por conta do fato de que eu nunca conseguiria me livrar da maldita Sra. Führung. Ela tinha entrado em contato no dia seguinte que nos encontramos no bar para me alertar sobre essa viagem, pensei em recusar mas me lembrei que essas viagens são inteiramente cobertas pela empresa de modelos para quem trabalho. O objetivo era simples; passar dois dias em Servilha fechando contratos e mais contratos, e depois, iria para Lisboa encontrar com uma estilista para que fosse discutido sobre a coleção de seu próximo desfile, na qual eu participaria.