Percebendo por que te amava

Amo as duas??

Dois dias depois - P.O.V Adrien

- Hum... Eu não sei o que fizeram com esse camambert, mas é o mais delicioso e divino que eu já provei na vida! - Plagg diz ao meu lado, enquanto estou terminando de passar perfume para ir à escola. - Pena que não consigo sentir seu cheiro igualmente majestoso, porque parece que alguém aqui ta tomando banho de perfume. - ele tosse, me fazendo rir - Você não tem respeito pelo momento de refeição dos outros, não? Pra que tanto perfume?

Pensei por uns instantes, e não sabia bem a resposta. Ou sabia?

Qual é? Eu apertei o fraco de perfume de forma tão involuntária! Como isso pode ter a ver com ela também? Na boa...

- E-eu... Eu gosto do meu perfume, Plagg, você sabe disso. - me dirijo à porta para tomar café.

- E eu gosto do cheiro meu camambert, mas não você não me vê.. - ele se interrompe e termina de comer o queijo - esquece, você já me viu sim. Mas ainda assim, você só usava esse tanto de perfume quando ia patrulhar com a Ladybug. Isso até eu te dizer que o perfume não fica no uniforme, por causa da mágica que protege as identidades. - faço uma careta ao lembrar disso.

- É, você poderia ter dito isso desde o início antes de alimentar a minha ideia de que o meu perfume iria com certeza chamar a atenção da Ladybug, né? - ele põe a mão na boca para rir, e é inevitável não rir junto - De qualquer forma, eu só quero ir pra escola cheiroso e acho que estou no meu direito.

- Tudo bem - ele levanta as mãos, em rendição - Mas só pra você saber, a Marinette tem o seu perfume. Talvez sentir desse tanto vindo de você, faça ela ficar enjoada. - ele sorri e entra na minha bolsa, me deixando com os olhos arregalados enquanto me movimentava involuntariamente até a cozinha.

Maldito Kwami.

Mas ele tinha razão. Não na parte da Marinette enjoar o perfume (ainda que essa agora tenha virado uma preocupação real), mas sobre eu usar o perfume por causa dela. Quer dizer, depois do que o Plagg disse naquele dia e de todas as obscenidades que eu tentei evitar pensar... todo esse constrangimento reforçou o que eu já sabia: não posso realmente tentar nada com ela. Ela sabe a minha identidade. E ela nem sabe se gosta de mim nesse momento. E ainda... Eu ainda amo Ladybug.

Isso está me enlouquecendo desde que percebi o que estava se formando aqui dentro pela Marinette. Eu estou amando-a. Eu realmente estou. Não mora em mim uma sombra de dúvida sobre isso. Mas como se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo? Já revirei tudo que tem aqui dentro, e definitivamente não sou uma pessoa bigâmica ou poligâmica. E ela também não, aliás. Então como diabos eu posso estar amando duas pessoas ao mesmo tempo, sem nem conseguir ficar mal ou estressado com isso? O que me estressa é meu coração aceitar isso como se fosse o meu normal. Como se eu fosse assim. Mas eu não sou, caramba!

Acho que o Shadow Moth criou um akumatizado que enlouquece as pessoas.

Se ao menos eu estivesse esquecendo da Ladybug... Mas como poderia? Se, mesmo com todos os motivos para nos afastar, meus sentimentos nunca diminuíram? Agora, com nossa reconexão, parece que tudo se tornou ainda mais certo. E também mais incerto.

Não posso acreditar que numa linha do tempo, eu soube quem ela era... E ela soube quem eu era! Nós... Nos apaixonamos pelas nossas versões civis! Ficamos juntos! E eu... Por alguma razão eu... Não posso arriscar que isso aconteça de novo. Ela deve ter vivido um inferno.

Mas isso quer dizer... Se essa linha do tempo existiu, isso quer dizer que, de alguma forma, o destino vai me levar para a Ladybug. É o que eu acredito e o que eu sinto. E ainda que tudo isso pela Marinette seja muito forte, eu... Ela é uma civil. Ela corre muito mais risco do que a Ladybug ao se envolver comigo, ela... Ela já sabe quem eu sou. Isso já é risco demais...