Capítulo Único

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Contagem: 11.098 palavras


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Chuuya sabia que mais cedo ou mais tarde Dazai acabaria descobrindo.

Nunca lhe pareceu ser o momento certo para contar a seu parceiro todo o caminho que ele percorreu até ser o Chuuya que ele afirma conhecer tão bem, e pra ser sincero ele nunca nem sentiu a necessidade de contar á Dazai.

Ele prefere o máximo possível evitar uma conversa constrangedora com aquela cavala estúpida.

Afinal ele e Dazai nem sequer são amigos, Chuuya não lhe deve justificativa alguma.

Os únicos que sabiam que Chuuya era de fato um garoto trans são Koyou-san e o seu Chefe, talvez alguns membros do lagarto negro, os irmãos akutagawa e outros subordinados também tivessem conhecimento sobre isso... ok, não era nenhum segredo!

Quase todos na máfia do porto tinham o conhecimento disso, exceto Osamu é claro.

Mas não era culpa de Chuuya que o garoto nunca tenha notado, apesar de Chuuya nunca ter mencionado sobre, ele nunca foi super discreto já que não sentia vergonha de mostrar o que realmente era.

Não era culpa dele se Dazai conseguia ser o gênio prodígio mais lesado que já existiu.

E era sempre divertido quando Osamu começava á se vangloriar por conseguir prever e ler toda a linguagem corporal de seu cachorro, mas não conseguia enxergar a realidade batendo bem na sua cara. Chuuya tinha que cobrir o sorriso zombeteiro em seu rosto para que a cavala não desconfiasse que era alvo de chacota no momento.

Chuuya não era exatamente fã de abrir sua vida pessoal como um livro. Ainda assim, ele tinha que admitir que o fato de Dazai nunca ter percebido o deixava dividido entre irritação e puro entretenimento.

Por um lado, era reconfortante. O fato de Dazai não enxergar além da superfície provava que ele tratava Chuuya pelo que ele era agora -não pelas circunstâncias de antes. Por outro lado, como era possível que o autoproclamado gênio da Máfia do Porto, o estrategista que desmontava planos com uma única análise, simplesmente não ligasse os pontos?

O pensamento sempre arrancava risadas internas de Chuuya. Ele tinha aprendido a segurar a expressão, mas às vezes se traía — como naquela vez em que Dazai, com todo o ar de superioridade, afirmou que era impossível enganá-lo. Ele não sabia se Dazai era estupidamente confiante ou se apenas não prestava atenção.

Aa coisas só começaram a realmente sair do controle quando ele passou a partilhar a casa dele com Dazai.

Até hoje ele não sabe o que passou em sua cabeça para convidar a múmia ambulante para debaixo do mesmo teto que o seu, o mais justificável foi ele ter sido imprudente após uma descarga de empatia que ele sentiu ao descobrir o quão preacariamente Dazai vivia naquele container nojento.

Não era a toa que ele evitava ao máximo ter que voltar para lá, Chuuya faria o mesmo.

Ele ainda se lembra o quão estranho - e meio triste... - foi convidar o garoto para partilhar seu refúgio querido, a expressão que Osamu fez como se desconfiasse de algo ou desacreditasse da sua bondade genuína foi de partir o coração, custou um pouco até que Dazai voluntariamente decidisse mover os seus poucos pertences para o apê de Chuuya.

Dividir o mesmo espaço com Dazai foi um desafio por si só. A convivência diária transformava pequenos detalhes em grandes riscos, cada um deles ameaçando expor o segredo que Chuuya mantinha mais por hábito do que por necessidade. Não era como se ele tivesse algo a esconder — mas também não queria lidar com a reação de Dazai, fosse ela qual fosse.

Your Flavor, my hungry. - SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora