De toda forma não escaparia tão cedo de todos os desastres que que vou ter que presenciar, inclusive tenho que saber porque esse merda de professor só enche o meu saco!
Vejo o Sr. Smith virar e me olhar com aqueles olhos, sem vida, apenas orbes quase incolores já que seus olhos azuis tão claros que podia se comparar a um pedaço do céu da manhã cedinho, ele gritou batendo em minha mesa com um livro, mau humorado como sempre, ele me faz odiar todas nossas aulas de biologia que tenho em todo ensino médio, eu apenas estava com os braços sobre a mesa e minha cabeça descansando em cima deles, olhei para ele com um olhar cansado já não era a primeira vez que ele vinha a implicar comigo.
— Caso isso se repita você vai para diretoria dormir lá. — Ele diz com uma expressão irritada, eu apenas soltei um suspiro pesado apenas assentindo com minha cabeça, a voz dele me causava náuseas, parece até que os céus ouviram minhas preces, o sinal tocou.
Começo a arrumar meus materiais que não são muitos já que temos um armário caso queiramos guardar algo, vejo Zoey lendo um livro, possivelmente é esse o motivo dela não ter escutado o sinal tocar. Cutuco ela levemente no ombro, onde ela olha pra mim confusa:
— Finalmente voltou para o mundo real senhorita? — Falei bagunçando o cabelo dela, eu sabia que ela odiava isso, e de toda forma eu tinha que chamar ela pra ir comigo para casa já que não gosto de andar sozinho por aí, eu sou maravilhoso demais, vai que tentam me sequestrar, brincadeira, não é pra tanto.
Ela estava arrumando a bolsa enquanto resolvo ligar meu celular, ligo ele e os dados móveis vendo apenas 4 mensagens chegarem nas notificações, as duas primeiras a de um grupo de estudos e as outras da minha mãe, que nem sei se me ama.
— Elliot, direto para casa 12:30
— Precisamos conversar 12:31
—Pelo jeito tenho que ir só hoje, Zoey. —
digo guardando o celular no bolso pondo a mochila nas costas.
—Tudo bem, tome cuidado, viu alucinado?— Ela disse rindo terminando de guardar seus materiais.
— Eu já disse que não sou alucinado! — Digo me dirigindo até a saída.Poucas pessoas saiam da escola agora, já que tocou faz o que? 5 minutos? De toda forma só fui seguindo meu trajeto até em casa, nesses momentos paro e lembro da minha vida ainda na Dinamarca, quando meus pais ainda ligavam para minha existência. Chego em casa jogando minhas coisas em cima do sofá já que sou eu que faço a faxina em casa, meus pais detestam trabalho pesado, acho que se eu for expulso de casa vão contratar uma faxineira qualquer. Entro na cozinha me sentando à mesa vendo minha mãe, que por algum milagre estava a cozinhar, realmente eles iriam me expulsar, é nítido.
— Finalmente chegou, vamos esperar seu pai, ele levou sua irmã na escola — Ela dizia, num tom frio e certamente maldoso, isso mexendo a panela no fogo.
A ambiente se tomou por um completo silêncio, doloroso de forma que nenhum de nós dois queria realmente quebrá-lo, de toda forma, me deixo despojado na cadeira tirando meu celular do bolso e pondo meus fones colocando Treasure de Bruno Mars para tocar, começando a jogar um jogo qualquer que eu tenha baixado na Play Store. O tempo passou até escutar os passos de meu pai tudo se mantinha em completo silêncio, a primeira coisa que quebra nosso silêncio é minha mãe que diz:
— Bem vindo de volta, querido. — Ela diz tentando passar o ar de boa esposa.
— Obrigado, meu bem. — Ele falou isso logo dando um beijo em sua bochecha de forma que seriamente me deixou um pouco enjoado, detesto melosidade de casais por aí muito menos dos meus pais, eles são como ursinho de desenho animado que amam abraços juntos, mas quando é comigo, é como eu fosse insignificante de uma forma esdruxulamente chata, rude e idiota.— Falem logo o que vocês queriam me dizer? Não tenho o tempo todo. — Disse tirando um dos fones e abaixando a música desligando o celular.
— Realmente você é um sem educação. – Escuto minha mãe murmurar.
— É algo que vocês não me deram então, educação vem de casa. — Vejo a expressão do meu pai mudar, antes calma e despreocupada, agora, uma face de raiva e rancor que ele guarda de mim de uma forma muito estranha desde que minha irmã nasceu eu sou o encosto da família o verdadeiro indesejado.
— Vamos começar logo com isso não aguento mais ver essa tua cara dentro da minha casa. — Eu sabia, eles iriam me expulsar de casa aqui e agora, eu ainda não tive esse choque de realidade ainda, até porque eu não tenho emprego algum no momento, apenas poucas economias.
— Acho que já entendeu, não? — A minha mãe disse.
— Arrume suas coisas e meta o pé daqui, você não é mais bem vindo em nossa casa de forma alguma.— Soltei um suspiro pesado, me levantando e indo para onde era meu, agora antigo, quarto guardando todas as minhas coisas, apesar de que não sentirei falta deles, mas eu não esperava que fizessem isso com o próprio filho sem angústia ou culpa alguma.
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Experimento Golden
Science FictionElliot, um rapaz de recém feitos 18 anos, expulso de casa por seus pais, agora morando com sua amiga, detestava depender dela, mesmo ela o acolhendo muito bem, vagas de emprego surgiram e ele foi atrás de uma, isso certamente esta indo muito certo...