Onde Júlia consegue um estágio na Supernova, mas um certo japa tatuado se torna seu maior desafio.
"De canto, não quero destacar, ganho que cê já ficou na minha. Mas um moleque bom como eu, é muito bom de ler entrelinhas"
Julia Kaminari era uma garo...
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Pov Julia Kaminari
Às vezes, sinto que minha vida é um furacão. Não me entenda mal — eu amo tudo o que conquistei, mas o peso de carregar tanto nas costas às vezes parece esmagador. As redes sociais têm sido minha maior fonte de renda, e os patrocínios são constantes. Isso significa que minha criatividade nunca pode parar. Cada vídeo, cada legenda e cada ideia precisam ser pensadas como se minha vida dependesse disso. Porque, de certa forma, depende.
Depois, tem o trabalho na Supernova. Quando aceitei, achei que seria algo mais simples, mas me enganei completamente. Eu faço um pouco de tudo por lá. Desde ajudar no planejamento de lançamentos, criar estratégias de marketing, até dar pitacos nas apresentações de outros artistas. É um ritmo insano, e não me lembro da última vez que dormi oito horas seguidas.
Ah, e claro... tem a faculdade. As aulas voltaram, e os trabalhos acumulam na minha mesa. Estudar Marketing era meu sonho, mas eu subestimei o quanto seria difícil conciliar tudo. Essa semana, fiquei acordada até às duas da manhã tentando terminar uma campanha fictícia para um trabalho em grupo. Ainda assim, sinto que poderia ter feito melhor.
E no meio disso tudo... ele. Ghard.
Cada interação nossa só torna minha mente mais confusa. Ele deixou claro que não quer nada sério, mas seu comportamento diz o contrário. As piadas, os olhares, as conversas que vão muito além do superficial — é como se ele estivesse me puxando para perto ao mesmo tempo em que me mantém distante.
Só que tem o Nicolas.
Ele sempre foi meu porto seguro. Meu melhor amigo, minha âncora, isso por anos na minha vida, e agora que voltou vem tentando fazer o mesmo de formas tão naturais, que fica difícil evitar o manter distante. Hoje mesmo, depois de uma reunião exaustiva na gravadora, ele me comprou um lanche e insistiu pra que eu fizesse uma pausa . Naturalmente assim como no ensino médio, passamos horas conversando sobre nada e tudo, enquanto comíamos batata frita e Whopper. Os detalhes, o fato dele me conhecer melhor que qualquer um, trouxe meu lanche sem cebola pq sabe q eu detesto e batata grande pq sabe q eu amo batata e nunca recuso batata. Ele tem um jeito de fazer a vida parecer mais simples, de me lembrar que não preciso carregar tudo sozinha.
— Você sabe que é incrível, né? — ele disse, me olhando de um jeito como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo.
— Não sei se acredito nisso — respondi, meio rindo, meio aliviada por estar com ele.
— Então eu vou continuar dizendo até você acreditar.
Esse tipo de coisa mexe comigo. Porque, com o Nicolas, tudo parece fácil. Natural. Mas, no fundo, ainda sinto algo se agitando toda vez que Ghard está por perto, eu costumava sentir isso pelo Nick no ensino médio, mas dps de tudo que já ocorreu, apesar das dúvidas geradas com o novo jeito carinho dele, não sinto mais essa agitação.
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