capítulo 33

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No carro, Alfonso lembrou.

__ Me dei conta que ainda não almoçamos. 

Anahí o encarou. 
Ele estava se fazendo de forte mas sabia que estava sofrendo, lembrando do pai.  Com certeza a tristeza era por não ter podido ter uma relação com ele. Tinha pai, mas não pôde ter nenhum momento de alegria com ele, nenhuma lembrança boa. Só tinha más recordações e isso afetava muito a vida dele, em muitas questões.

Queria poder ajudar, fazer ele abrir o coração.  Queria que ele um dia aceitasse ter um filho, sentir o amor, viver uma vida diferente da do pai. Sabia que por mais que ele tenha mudado, isso ainda estava enraizado nele, o que a deixava decepcionada.

__ Não estou com fome.

Ele a fitou.

__ Mas eu estou!

Era mentira.
Ela sabia.

__ Então vamos comer! Te acompanho.

Ela sorriu.

Foram para um restaurante perto da casa da vó de Alfonso. Comeram salada com carne. Apesar de não estar com fome, Anahí conseguiu comer bem.

__ Estou exausto. O que me diz da gente dormir um pouco?

__ Eu topo!

Chegaram e foram direto para o quarto. Tomaram banho e deitaram.

Anahí o abraçou por trás, fez carinho no cabelo dele.

__ Você está realmente bem?

Perguntou preocupada.

__ Claro! Você está aqui comigo.

Ele beijou a mão dela.

__ Falo sério.  Por mais que seu pai era ruim pra você, ele era seu pai.

__ Você não entende! Eu não tenho como ficar triste, Anahí.  Infelizmente ele não quis ser meu pai, então, consequentemente, eu também não quis ser filho dele.

Anahí pensou que era uma pena. Porque se ele não conseguia perdoar o pai, como ele seria uma pessoa diferente?

__ Então tudo bem?!

Ele assentiu.

Ela o abraçou e eles pegaram no sono. Estavam cansados, porque não tinham dormido direito e ainda foram viajar. O sono foi tão profundo que Anahí chegou a sonhar. 

__ De novo não, isso não pode se repetir.  Dessa vez eu morro.

Ela dizia no sonho, estava desesperada, mas não sabia exatamente o porquê.

__ Meu Deus não! Não solte minha mão dessa vez.

Ela despertou com um susto.  Sentou na cama e olhou todo o quarto, estava suando. Alfonso já não estava lá.  Ela se levantou, foi até ao banheiro se ajeitar e logo desceu as escadas, Alfonso falava com sua avó.

__ Eu não quero nada dele, vó.  A senhora tem que entender.

Ele falava calmo, mas não parecia concordar com a avó.

__ É seu! Não adianta de nada ficar pra mim, mesmo assim no final será seu. Logo eu vou também.

Ela o olhou com um semblante triste. 

Anahí descia as escadas de vagar.  Não sabia o que fazer, se descia, ou se voltava para seu quarto. 

__ Doa esse dinheiro. 

__ Mas é muito dinheiro e seu avô batalhou toda uma vida para nossa família nunca precisar de mendigar nada de ninguém.

Anahí chegou perto. 

No Sé a Donde FueOnde histórias criam vida. Descubra agora