Boas vindas

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O sol da tarde se despedia lentamente quando Fátima e Robson finalmente chegaram ao novo condomínio. O carro carregado de caixas estacionou em frente ao condomínio, e Fátima, apesar de exausta, começou a descarregar os objetos cuidadosamente. Com um pano em mãos, limpava o suor da testa enquanto ouvia Robson resmungar sobre a lentidão dela.

— Vamos logo, Fátima! Isso aqui não vai se arrumar sozinho — disse ele, impaciente.

— Estou indo o mais rápido que consigo — respondeu ela com sua voz mansa, tentando não demonstrar o cansaço.

Na casa ao lado, Hugo, que saía de casa para resolver algo no restaurante, avistou o casal. Reconhecendo Robson, ele abriu um sorriso largo.

— Robson! Não acredito que vocês já chegaram! — exclamou Hugo, indo até eles para cumprimentá-los.

Robson estufou o peito, visivelmente satisfeito com a recepção.

— Hugo! Finalmente nos encontramos. É ótimo estar aqui, perto de você. Devo agradecer pelo emprego e por me ajudar com a mudança.

Hugo então olhou para Fátima, que ainda segurava uma caixa, e sorriu.

— E essa deve ser sua esposa. Prazer, Hugo — disse ele, estendendo a mão.

Fátima, ainda ajeitando uma mecha de cabelo que insistia em cair no rosto, colocou a caixa de lado e apertou a mão dele timidamente.

— Prazer, eu sou a Fátima.

— O prazer é meu — respondeu Hugo. Ele deu um passo para trás e, com a voz alta, chamou: — Diana!

Fátima ajeitou o cabelo com pressa, o coração batendo mais forte, até que uma mulher apareceu à porta. Diana era deslumbrante: loira, elegante, com um sorriso que transbordava confiança.

Ela desceu os poucos degraus da entrada com graça e se aproximou do grupo. Cumprimentou Robson com um aperto de mão e, ao se virar para Fátima, inclinou-se para dar dois beijinhos no rosto dela.

— Bem-vindos ao condomínio — disse Diana, com a voz suave e um olhar fixo que deixou Fátima sem reação por alguns segundos.

Robson sorriu e fez questão de convidar:
— Que tal um jantar hoje? Para nos conhecermos melhor!

Diana abriu um sorriso e respondeu com entusiasmo:
— Adoraríamos! — Mas foi interrompida por Hugo.

— Vou ver se conseguiremos ir — disse Hugo, o tom levemente possessivo. Diana revirou os olhos discretamente, percebendo o olhar ciumento do marido.

— Sejam bem-vindos — concluiu Hugo, com a voz cortante. — Qualquer coisa estaremos à disposição.

Diana acenou, lançando um último olhar fixo para Fátima antes de seguir para dentro com Hugo.
Ao fechar a porta, Hugo suspirou, retirando o blazer.

— Diana, é melhor mantermos certa distância de Robson. Ele não é uma boa influência.

Diana arqueou uma sobrancelha, intrigada.

— Boa influência? O que você quer dizer?

Hugo sentou-se no braço do sofá e cruzou os braços.
— Ele sempre teve um comportamento... duvidoso. E não gostei do jeito como ele olhou para você.

— Ah, claro — Diana respondeu, sarcástica. — Porque o problema sou eu, não é?

Hugo ignorou o tom e continuou:
— Só estou dizendo para tomar cuidado.

Diana balançou a cabeça e, sem dizer mais nada, subiu as escadas. Hugo foi atrás dela, parando na porta do quarto enquanto ela abria o armário.

— Eu vou precisar ir ao restaurante hoje à noite. Temos um problema com o fornecedor. Então, não vamos a esse jantar.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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