Rio estava concentrada em seu trabalho. Havia vários vestígios biológicos para analisar. Vestida com seu uniforme e jaleco brancos, vestiu as luvas azuis, enquanto olhava para o relatório que estava à sua frente, em cima da mesa. Já com as luvas, colocou os óculos de proteção, preparando-se para sentar em sua cadeira. Abaixou-se para olhar em seu microscópio os vestígios que estava analisando.
Estava sozinha no laboratório. Alguns dos seus colegas estavam trabalhando fora, ao lado da polícia. Rio havia escolhido ficar e acelerar os resultados. Por mais que estivesse focada em seu trabalho, os intensos olhos azuis invadiam seus pensamentos. Fechou com força seus olhos, na falha tentativa de dispensar tais pensamentos. Retornou ao seu trabalho, manuseando os vestígios.
Mas Agatha vivia em seus pensamentos. A sua respiração ofegante, tão entregue no quase beijo. Imaginava como seria beijar aqueles lábios carnudos, que sempre estavam pintados de vermelho. A sensação de ter as mãos da mais velha deslizaram por seu corpo, deixando marcas, a voz firme e rouca sussurrando inúmeras palavras de baixo calão. Seu corpo começava a ficar febril, com simples imaginações.
Um barulho estridente ecoou pelo ambiente, assustando a morena. Bufando, largou seu trabalho tirando suas luvas. Pegou o aparelho de cima da outra bancada e viu o nome de Natasha brilhar na tela.
— Você não trabalha não, Natasha? — disse assim que atendeu a chamada de vídeo.
— Oi, mau humorada! — debochou, vendo a amiga revirar os olhos.
— Fala de uma vez, Natasha! Estou cheia de trabalho para fazer.
Viu exatamente o momento em que Natasha revirou os olhos e repetiu sua fala.
— Sinceramente, como tu é chata, Gaia! Não pode mais ligar.
— Tá, ok! Me desculpe!
Apoiou o celular em uma pilha de papéis de frente para si, sentando-se em seguida. Colocou novas luvas e seu óculos de proteção.
— Você não vai mexer nessas nojeiras enquanto fala comigo, né? — sua voz saiu enjoada.
— Vou! Não mandei me ligar no meio do serviço.
Rio riu ao ouvir a amiga reclamando. Ignorou, voltando ao seu trabalho. A voz de Natasha não para de preencher seus ouvidos, claramente falando sobre a nova moto que iria comprar e do projeto que sua empresa estava quase terminando. Havia perguntado por Melinoe, Rio respondeu que a irmã estava bem, por enquanto não havia recebido nenhuma reclamação do colégio.
— Não acredito que vocês estão fofocando sem mim!
Rio levantou a cabeça ao ouvir a voz de Lilia, sorriu ao vê-la na vídeo chamada.
— Oi, tia Lia! Em minha defesa, foi a Natasha quem me ligou!
Natasha, que bebia distraidamente uma garrafa de cerveja, arregalou os olhos escondendo a cerveja. Lilia olhava para a russa, que sorriu sem graça.
— Oi, tia Lia! O tempo tá bonito hoje, né? — desconversou, ajeitando sua postura em sua cadeira.
— Bebendo no trabalho, Romanoff?
— Eu tô?... — perguntou ao invés de responder. Novamente sorriu sem graça para Lilia, que mantinha um semblante sério.
Rio se divertia com a cena. Natasha se transformava em uma criança assustada quando era pega aprontando. E não escondeu o seu divertimento nas custas da amiga.
— Depois fala que eu sou irresponsável!
— Se manca, Rio!
— Se manca você, sua velha bêbada!
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Um Caminho Para Duas | agathario
Lãng mạnAgatha Harkness sempre fora uma filha exemplar. Fazia de tudo para agradar sua mãe, Evanora Harkness, que nunca ficava satisfeita com as ações da filha. Casou com um homem que não amava, se formou na profissão que não queria, para apenas para agrada...