Asafe estava completamente ansioso para suas férias de fim de ano, pronto para descansar depois do último ano exaustivo que enfrentou. Ainda indeciso sobre seus próximos passos no mundo acadêmico, tudo que o Asafe queria era descansar tranquilamente...
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| Lakewood, Colorado 20 de Dezembro, 2021 Às 02h33.
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Já faz uma semana desde que viemos para Lakewood em busca de férias. Uma semana que se passou rapidamente considerando que estávamos nos enturmando cada vez mais.
Esses dias que se passou, basicamente tive a certeza que meus sentimentos pela Florence são reais e sólidos. Cada momento que eu passava ao lado dela só me dava certeza que ela era a pessoa certa para mim, me levando a crer que já estava na hora de solidificar ainda mais nossa relação.
À medida que o Natal vem se aproximando, percebo que uma sensação angustiante me toma pela contagem regressiva das férias. Sabia que eu sentiria uma dor imensa por me afastar dela, mas também entendia que era necessário. Florence tinha sua vida sólida em Denver, assim como o trabalho que ela tanto desejou ter, então era óbvio que ela precisava pensar nessas coisas antes de tomar uma decisão. E, seja lá qual for, eu estaria ao lado dela para apoiá-la.
Mesmo que isso à leve para longe de mim.
Nesses dias também notei a diferença que há na vida do Raphael. Eu costumava dizer que ele seria daqueles jovens mal humorados, porém, Heather estava transformando a vida dele. O que era bom. Gostava de ver meu amigo feliz e experimentando o mesmo sentimento que eu. Tá certo, não era difícil notar os olhares de desdém sendo direcionada a Heather por Florence, Ottis, Ária e Ally. No entanto, nenhum deles se pronunciou em relação a isso e eu estava hesitante em querer saber.
Ally também estava vivenciando um momento incrível na vida dela com Ottis, eu era testemunha. Há alguns dias atrás Ottis a levou para jogar boliche, o que agradou muito a minha irmã e também levou ela para patinar no gelo. Eu estava feliz por ela, Ally merecia... e muito.
À única coisa estranha que estava permanecendo no mesmo lugar era a Emma. A mesma continuava abrindo sorrisos simpáticos e retraídos, mas não era a mesma coisa comparada a melhor amiga que conheci há anos. Era ruim, porque eu queria ver minha amiga bem, mas ela evitava sempre.
Esses dias que passaram eu tentei seguir o conselho da Florence à risca. Sempre tentava puxar assunto com a Emma, pedia ㅡ implorava ㅡ por uns momentos de conversa com ela. Contudo, Emma não estava disposta. Eu estava me sentindo péssimo. Eu queria de todos os jeitos protegê-la de tudo, mas eu não podia fazer isso quando a Emma me afastava. Então... Eu passei a parar de tentar.
Era tarde de segunda-feira, 20 de dezembro. Falta apenas 5 dias para o Natal e estávamos ansiosos para o feriado mais esperado do ano. O frio em Lakewood continuava congelando todos os ossos, porém, era agradável demais abraçar a Florence e dormir agarrado com ela. É o melhor momento do dia.
Naquele momento, sentado na observando a vasta floresta branca, segurando o telefone entre meus dedos e ignorando o falatório da sala, eu conversava com minha mãe. A mesma estava cansada, porém, animada com o feriado e como estava feliz por ter os netos com ela.
Mãe- Então, como anda as coisas com a Flor?
Minha mãe passou a chamá-la assim mesmo sem ter conversado com ela, o que era bom demais pra mim.
As- Está tudo ótimo, mãe, segui seu conselho. Estou tentando ao máximo deixar meus sentimentos claros com palavras e atitudes, como me ensinou.
Eu já não me sentia mais intimidado como antes, embora Florence consiga me deixar terrivelmente tímido com apenas um olhar.
Mãe- Fico feliz, As. Já conversou com ela sobre seus planos futuros?
Engoli em seco.
As- Eu contei a ela sobre os planos de ir para NY, até a convidei para ir conosco, mas eu não espero que ela vá me dá uma resposta definitiva agora. Eu entendo que existe uma vida inteira em Denver.
Minha mãe soltou um suspiro do outro lado da linha.
Mãe- Não gosto da ideia de ver meu caçula indo para longe assim como os outros.
As- Mãe... A Ari, literalmente, mora na mesma cidade que a senhora. E o ridículo do Aruna também.
Por sua carreira como estilista estar decolando, Agnês havia deixado Aspen há alguns belos anos. A mesma atualmente mora em Los Angeles, uma cidade que valoriza vagamente a moda e também o cinema. Construindo uma carteira de ator, seu marido, Anthony, influenciou bastante naquela mudança.
Ao contrário de sua irmã gêmea, Andrey havia apostado na ideia de focar sua vida no surf se mudando de vez com a Harper para Malibu. Ayla também não morava em Aspen, porém, sempre inventava uma visita aleatória junto com seus filhos.
Os únicos morando perto da mamãe são Aruna e Ari. Aruna comprou uma casa não tão longe da mamãe, construindo sua vida com a Payton e a Pen. Arizona fez igual, embora ela passe mais tempo em viagens pela sua carreira e pela carreira de seu marido.
Mãe- Não é a mesma coisa.
Choramingou, fazendo drama.
As- A senhora precisa descansar, Dona Josephine, cuidou de 7 filhos. Sem contar com os netos hoje em dia...
Mãe- Agora que você e a Ally estão casados, tem o dever de me darem mais netos.
Quase me engasguei com ar, mas notei minha mãe rir do outro lado da linha. Eu até poderia levar na brincadeira, mas eu entendia que naquela família tinha a amor para dar e vender. Então... Era meio óbvio que minha mãe iria querer mais netos.
As- Eu garanto que penso nisso após alguns anos. Lembra que eu ainda tenho que fazer faculdade.
Mãe- Bobagem... Passa rápido.
Abri minha boca pronto para retrucar, porém, uma voz feminina e conhecida soou atrás de mim antes que eu continuasse.
ㅡ As?
Era a Emma.
Tirei o telefone de perto da orelha, notando a mesma perto da porta com os ombros encolhidos. Ela estava estranha. Seus olhos escuros transmitiam hesitação e insegurança, como se não estivesse preparada o suficiente para conversar comigo naquele momento.
ㅡ Diga, Emma.
ㅡ Bom, eu... ㅡ Engoliu em seco, desviando os olhos. Meu coração acelerou, sabendo exatamente o que vinha depois. ㅡ Nós podemos conversar?
Soltei um suspiro, me sentindo hesitante, porém, feliz por ela ter finalmente ter voltado a confiar em mim.
