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Juliette fez um ritual caprichado de beleza. Cuidou da pele, com esfoliação e depilação. Lavou, hidratou, secou e modelou os cabelos. Escolheu a lingerie mais sexy que ela tinha.

Essa especialmente não lhe cobria nada, apenas trazia contorno as curvas. Os mamil0s ficavam amostra e a parte íntima também. Para compor o seu disfarce mudaria o chapéu por uma máscara de renda que cobriria seus olhos.

Seu corpo ficou excitado só em lembrar da noite passada com aquele cliente, mas sabia que não era certo se sentir assim. Mas os toques foram marcantes demais para serem esquecidos e o prazer foi sensacional.

Não era por luxúria que ela fazia programas, era por necessidade, algo que ela parava para pensar e percebia que não valia a pena continuar, mas por status continuava.

Hoje ela estava disposta a não querer nenhum valor daquele homem. Ele pagou dobrado na noite anterior e não sentiu prazer algum na visão dela.

- Hoje eu estou linda e irresistível. Não tem como ele não se excitar.

As 19:40 ela saiu de casa de táxi como habitual. O chapéu e o sobretudo lhe privavam a identidade, mas ela estava ansiosa demais por aquele encontro.

...

Suas mãos estavam trêmulas, quando ela abriu a suíte e com a mão pesada ela se auto bateu.

- Tonta! Para com isso. Ele só é mais um qualquer. Não acredita que ele é bonzinho por que ele só quer te fuder.  O homem que te amou nessa vida não está mais nela.

Ela tirou o sobretudo, o chapéu, deixando sobre uma poltrona e pegou na sua bolsa uma camisinha feminina. A "Helena" sabia que tinham clientes que tinha aversão a camisinha, então ela mesma inseria o preservativo feminino e além dele, usava espermicidas que intensificava a proteção contra uma possível gestação.

Engravidar ainda era uma preocupação, principalmente por que ela não tinha um parceiro fixo, mas as DST eram sem dúvidas o maior dos seus medos.

...

As 20:43 horas uma batida ecoou na porta de madeira maciça e ela sentiu as pernas vacilarem.

- Entra! - ela disse sorridente e já ficou de pé próximo a porta.

O perfume que o homem exalava era vibrante e exalava masculinidade. Ele estava mais bonito que na noite passada com cabelos e barba perfeitos. Era o cliente mais atraente que ela já havia tido.

Seus olhos foram rápidos para o corpo de "Helena".

- Que grande gostosa é você.

Ela não respondeu e foi até ele, querendo abrir os botões da sua camisa impecavelmente branca.

- Calma... Temos tempo, não temos?

- Temos... - ela disse com a voz rouca.

- Gostei dessa faixa... Bem melhor que o chapéu. E os seus lábios nesse gloss me atraem ainda mais que no batom vermelho.

Ele fez um movimento de beijá-la, mas ela afastou-se.

- Por que não? Com beijos tudo é tão melhor.

- Não beijo meus clientes. É uma ligação que eu não quero ter.

- Talvez por que estamos com as luzes acesas. Com elas apagadas, não vamos ver o olhar do outro depois do beijo.

O misterioso homem aproximou-se dela e levou uma das mãos na sua nuca, enquanto a outra estava na sua cintura.

- Você vai gostar... Eu prometo.

- Eu apago a luz. - ela soltou-se dele e apagou as três luzes, deixando o quarto no completo breu.

- Helena... - ele disse com a voz rouca no seu ouvido. - Por que é assim tão perfeita?

A barba roçou seu pescoço e o hálito quente anunciou a proximidade das bocas.

...

Suíte N°150Onde histórias criam vida. Descubra agora