Novas amizade
B
eep beep beep! (Alarme tocando)
- Já é hora de levantar! Ah, eu não quero… – murmurou Liter, abrindo os olhos lentamente e tentando focar em meio ao embaçamento.
Liter suspirou e, com um esforço, se sentou na cama. Ele desligou o alarme, que ainda estava fazendo um barulho irritante, e se levantou. Caminhou até a janela, abrindo-a com um movimento suave, revelando o quarto onde havia dormido. As paredes, de um azul suave como o céu, contrastavam com o piso de madeira que rangia sob seus pés. A lâmpada, que já não funcionava mais, tinha o formato de uma lua minguante, mas o brilho que deveria emitir estava perdido. Enquanto ele olhava a paisagem lá fora, o som da escada rangendo começou, seguido de uma voz familiar do lado de fora.
- Liter, anda logo, você vai se atrasar para a escola! – gritou a voz impaciente de sua mãe.
Liter revirou os olhos e respondeu com um toque de birra.
- Ah, eu já vou, mãe! Só espera um pouco… – ele falou, ainda tentando despertar.
- Tá. – respondeu a mãe com um suspiro.
Liter virou-se e caminhou até o banheiro. Pegou a maçaneta e entrou. Na pia, pegou a escova de dentes e a pasta, começando a escovar os dentes enquanto ainda lutava contra o sono. Depois, lavou o rosto, tentando espantar o cansaço. Terminando seus preparativos, foi até o guarda-roupa e se vestiu com o uniforme da escola: uma camiseta preta e verde, um moletom azul por cima e calças de moletom pretas. Pegou sua mochila azul e correu para o carro, para não se atrasar ainda mais.
- Finalmente, terminou de se arrumar, Liter. – disse sua mãe com um olhar sério.
- Já terminei, mãe. – respondeu Liter calmamente, olhando pela janela.
Enquanto se dirigiam para a escola, Liter lembrou-se de algo que queria perguntar.
- Mãe, será que a gente poderia ir naquele concurso de mãe e filho depois da aula? – perguntou ele, tentando ser persuasivo.
- Liter, já conversamos sobre isso, e eu disse que não tenho tempo para essas bobagens. – respondeu sua mãe, com uma expressão séria.
- Eu sei, mas pensa bem, vai ser legal. Pelo menos a gente se diverte, não custa nada tentar! – disse Liter com um sorriso fofo, tentando convencê-la.
Sua mãe parou o carro, virando-se para ele.
- Eu já disse que não, tá? Se fosse um concurso com prêmio em dinheiro, até iria, mas não vou perder meu tempo com um troféu. E a escola já está bem ali. – gritou ela, com uma expressão irritada.
- Tá… – resmungou Liter, antes de sair do carro com um baque na porta.
Ele olhou para a escola. Os portões eram de madeira escura, as paredes eram verdes, e o prédio era imenso, cheio de alunos conversando. Assim que entrou, sentiu os olhares curiosos de várias pessoas. Algumas começaram a comentar.
- Olha aquele menino, amiga, todo estranho, olha essa roupa… ai, que nojo! – comentou uma garota, fazendo uma careta.
- Só você acha isso, né? Eu também acho. Será que ele está na nossa sala? – disse outra menina, rindo e cobrindo a boca com a mão.
- Não sei, só espero que não. – respondeu a primeira, com um sorriso malicioso.
De repente, o sinal tocou, e os monitores começaram a chamar os alunos para entrarem nas salas. Liter descobriu que estava na sala 8A. Caminhou até o fundo da sala e se sentou atrás de uma menina. Ela era linda, com cabelos cacheados e uma pele impecável. Mas, de repente, ela se virou para ele e falou com um tom debochado.
- Você sabe que esse lugar já tem dono, né? – disse a menina, com um sorriso sarcástico.
- É que eu sou novo e não sei onde as pessoas sentam. Me desculpe. – respondeu Liter, gaguejando.
- Então vai pra lá, sei lá, fica em pé e espera pra ver onde tem lugar. – ela disse, com um ar de desdém.
- Tá bom... – respondeu Liter, começando a se levantar.
De repente, uma outra menina interferiu, dando um tapa na mesa.
- Ei, garota, sua mãe não te deu educação não? Se não te deu, seria melhor começar a aprender. – gritou ela, com uma expressão furiosa.
Toda a sala ficou em silêncio, olhando para as duas. A menina de antes respondeu com deboche.
- Não se intrometa! – falou ela, virando o rosto.
- Vem cá, garoto. – disse a menina que havia defendido Liter, puxando-o pelo braço até uma carteira vazia e mandando ele se sentar ali.
- Olha, meu nome é Mari. E o seu? – perguntou Mari, rindo e balançando a cabeça para o lado.
- E… meu nome é Liter. Prazer em te conhecer, Mari. E por que você me defendeu? – perguntou Liter, ainda confuso.
- Ah, é que eu acho feio ela falar assim com as pessoas. Eu também já estava te observando e queria ser sua amiga. Você topa? – respondeu Mari, com um sorriso amigável.
- Eu topo! – disse Liter, sorrindo de volta.
- Que bom que você aceitou, hahaha! Deixa eu te fazer uma pergunta: você quer ir comigo a uma festa de leitores? – perguntou Mari, com um semblante sério.
- Ah, eu preciso perguntar pra minha mãe… será que tem algum problema? – respondeu Liter, um pouco hesitante.
- Não tem problema nenhum! Eu até vou com você pedir pra sua mãe, hahaha. Pode ser? – disse Mari, rindo.
- Acho que pode, haha. – respondeu Liter, sorrindo.
- Então, depois da escola, a gente vai. E seja bem-vindo, Liter. – disse Mari, virando-se para a frente enquanto se preparava para a aula.
Logo, a professora entrou na sala, e um silêncio tomou conta de todos. Liter não conseguia parar de pensar em Mari. Ela era legal, diferente de todos os outros. Seus cabelos curtos e pretos, sua pele clara, e sua atitude confiante chamaram sua atenção. Ele estava ansioso para que a aula terminasse logo, para sair com ela para a festa. A única dúvida que restava era: será que sua mãe deixaria? Fique ligado para descobrir!
Nome: Mari
Idade: 15
......
Nome: literIdade: 15
.....