CAPITULO DOZE. execução
O SOM DO MAR batendo contra o casco do Moby Dick era a única constante em meio ao silêncio que tomava o convívio a bordo. Ruby estava sentada no convés, a olhar para o horizonte com os braços envoltos ao redor de seus joelhos. As semanas sem Ace estavam pesando sobre ela como um fardo invisível, esmagador. Durante os primeiros dias, ela tentara se ocupar com tarefas simples, como ajudar na limpeza do navio ou em pequenos reparos, mas a ausência de Ace era uma sombra constante sobre ela. Ele estava distante, e ela estava mais sozinha do que nunca.O navio, que normalmente era repleto de conversas, risadas e o barulho típico de uma tripulação ativa, parecia agora mais silencioso. Barba Branca estava absorvido por seus próprios planos e Marco, o homem que Ruby passava mais tempo, tentava manter a moral da tripulação, mas todos sabiam que o foco estava em Ace. Ninguém sabia o que estava acontecendo com ele, mas todos sentiam a tensão no ar. E Ruby... Ruby sentia como se o mundo estivesse desabando ao redor dela.
Ela tentava se distrair, mas nada parecia funcionar. O vazio deixado por Ace era grande demais para ser ignorado. E o pior de tudo era a incerteza. O que aconteceria com ele? Estaria ele seguro? Ela não podia fazer nada, e isso a corroía. Como ela poderia ficar ali, no Moby Dick, enquanto ele enfrentava o maior desafio de sua vida? Ela queria estar com ele, ao lado dele, como sempre estivera.
Foi então que, em um daqueles dias mornos e sem fim, as palavras que Ruby temia chegaram. Ela estava na cozinha, mexendo distraidamente uma panela de sopa, quando a notícia finalmente chegou, como uma lâmina afiada que cortava a tranquilidade do navio.
— Ace... vai ser executado. — A voz de um dos marinheiros que trabalhava a bordo do Moby Dick rompeu o silêncio, e Ruby quase não conseguiu acreditar no que ouviu. Ela se virou, os olhos grandes e incrédulos, buscando mais informações. Ele confirmou, mais uma vez, a tragédia que ela temia.
— Ace vai ser executado em MarineFord. A data já foi marcada. Ele está em perigo, Ruby. — A voz do marinheiro tremia, e o peso das palavras parecia sufocar todos os que estavam ao redor.
Ruby sentiu o chão sumir sob seus pés. O ar, que antes parecia fresco e leve, agora estava denso, quente. Ela sentiu as mãos começarem a tremer e o mundo ao seu redor foi ficando embaçado. Ela queria gritar, queria correr até ele, mas seu corpo não respondia. Sentiu uma dor profunda, tão forte que mal podia respirar. O medo a paralisava, o pânico tomou conta de suas veias. Aceitar o pensamento de que ele poderia ser executado, de que ela poderia perder o homem que amava... parecia impossível.
Antes que pudesse reagir, o chão se aproximou rapidamente. O último pensamento que passou pela sua cabeça foi o rosto de Ace, e tudo ficou escuro.
Quando Ruby acordou, estava deitada no camarote, com Marco ao seu lado, inclinando-se sobre ela, seus olhos claros cheios de preocupação. Ele tinha uma expressão séria, mas suavizada pela preocupação que sentia por ela. Ela se sentou lentamente, sentindo a cabeça girar, e Marco a ajudou a se recompor.
— Ruby... — Marco começou, sua voz grave e reconfortante, mas com uma ponta de preocupação. — Você está bem? O que aconteceu?
Ela o olhou, os olhos ainda turvos pela névoa do pânico. Sentiu um nó na garganta, como se o medo fosse algo físico, algo que a consumia por dentro. — Ele vai executado. O Ace, ele vai morrer e eu... — Ela não conseguiu terminar a frase. As palavras pareciam não fazer sentido para ela. Ela sentia como se o mundo estivesse desmoronando.
Marco, compreendendo a dor dela, sentou-se ao lado dela e colocou uma mão reconfortante sobre o ombro dela. — Eu sei, Ruby. Eu sei o que está sentindo. Todos nós sentimos isso. Mas não podemos simplesmente nos desesperar. Não agora.
Ela balançou a cabeça, uma lágrima escapando de seus olhos. —
Eu não posso ficar aqui, Marco. Eu preciso ir até ele. Eu preciso estar lá, não posso simplesmente esperar e ver o que acontece. Eu amo ele." A frase saiu com um tom de urgência e desespero. Ela o amava com toda a sua alma, e a ideia de não fazer nada enquanto ele estava prestes a ser executado a fazia sentir como se estivesse traindo tudo o que ela acreditava. Como se estivesse abandonando a pessoa que mais importava para ela.Marco a olhou por um longo momento, como se pesasse cada palavra que estava prestes a dizer. Finalmente, ele suspirou e falou, a voz grave, mas cheia de uma calma que Ruby ainda não conseguia alcançar.
— Eu sei, Ruby. E sei que você quer ir. Mas não é simples. MarineFord não é um lugar que você pode simplesmente invadir assim. Vai ser arriscado. E a última coisa que queremos é te perder também.
— Eu não me importo com os riscos. — Ruby disse, a voz mais firme agora, seu olhar determinado. — Ace é o meu namorado, Marco. Ele é a pessoa que eu amo. E, se vocês forem invadir MarineFord, eu vou com vocês. Não importa o que aconteça. Eu não vou ficar aqui, sabendo que ele está lá, correndo perigo, e não fazer nada. Não posso fazer isso.
Marco a observou com uma expressão de respeito, mas ainda assim, a preocupação estava visível em seu rosto. Ele sabia o que Ruby significava para Ace, sabia o quanto ela estava disposta a arriscar. Mas a ideia de colocá-la em perigo o incomodava profundamente.
— Você sabe o que está dizendo, Ruby? Isso não vai ser fácil. A marinha vai estar com tudo lá. Não vai ser apenas uma batalha normal.
A marinha vai estar lá.
Ela passou tanto tempo se escondendo para no fim surgir nos olhos e quartel deles.
Mas era por Ace, não existia nada mais importante que isso.
— Eu sei, Marco. — Ruby respondeu, sua voz mais baixa, mas cheia de uma coragem que surpreendia até a si mesma. — Mas é o Ace. E ele é minha família também. Eu não vou ficar aqui esperando notícias. Vou lutar por ele, como todos nós lutamos.
Marco ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre as palavras dela. Ele sabia que não poderia impedir Ruby. O olhar dela estava decidido, firme, e ele a respeitava demais para tentar convencê-la a ficar. Ela não era apenas uma simples companheira da tripulação de Barba Branca. Ela era uma das suas, e, agora, ele via com clareza que a relação entre ela e Ace era mais forte do que qualquer coisa.
Finalmente, Marco suspirou, dando um sorriso suave. — Você tem razão, Ruby. Não somos mais apenas uma tripulação. Somos uma família. E se você quer ir, então você vai. Nós vamos juntos, e não vamos deixar Ace para trás.
Ela olhou para ele, os olhos brilhando de gratidão e determinação. — Obrigada, Marco. Não vou te desapontar.
Ele balançou a cabeça, sorrindo com leveza, mas ainda com a preocupação visível nos olhos. — Só... tome cuidado. Não vamos perder ninguém mais. Vamos trazer Ace de volta.
E assim, os preparativos começaram. Cada um sabia o que estava em jogo, e Ruby se uniu ao grupo, disposta a enfrentar o impossível. Ela não ficaria para trás. Ace era tudo para ela, e nada, nem ninguém, a faria desistir de ir até ele, de lutar ao lado dele até o fim.
Ela estava pronta para ir a MarineFord, com todos os riscos e perigos que isso envolvia. Porque, no final, o amor por Ace era maior do que qualquer coisa. E, quando ele voltasse para ela, eles iriam construir um futuro juntos.
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𝐁𝐀𝐃 𝐄𝐍𝐃𝐈𝐍𝐆, portgas d. ace
FanfictionBAD ENDING, final ruim. SINOPSE. Uma família feliz, com honra e legado e uma criança manipulada pelos ideais da marinha por toda sua vida. Rudbeckia passou toda sua vida vivendo uma manipulação e mentira, ao descobrir o seu destino, ela decide fu...