1990 - Los Angeles.
— E é por isso que nunca devemos multiplicar o valor de X e Y na categoria Z da equação. — O professor de matemática terminou a explicação, e Hailey mantinha uma expressão facial de confusão, afinal, ela não tinha entendido nem metade do conteúdo.
Winslet era uma das 10 pessoas que estavam presentes na sala; as outras se encontravam fazendo as audições para as aulas de esportes e dança. Ela já cansou de riscar a mesa e, para falar a verdade, nem tem mais espaço. Suas pernas tremiam de forma ansiosa enquanto esperava pela troca de professor ou por qualquer outra coisa que pudesse a entreter por um tempo.
— Sr. Xavier, posso ir ao banheiro? — ela pergunta com voz de tédio.
— Pode, só não demore muito.
Hailey se levantou e saiu da sala, voltando a caminhar pela escola — ela com certeza não estava com vontade de ir de fato ao banheiro. Fazia tempo que Winslet não rodava por todo aquele colégio, então ela resolveu relembrar alguns locais. Quase todas as salas estavam vazias, exceto as salas do primeiro e segundo ano, que ainda não precisam fazer atividades extracurriculares.
Hailey resolveu ir até a biblioteca pegar um livro emprestado ou roubá-lo, talvez, já que não iria fazer falta. Ao entrar na grande sala, Hailey reparou um silêncio notável, mostrando que não havia ninguém no local. Aproveitando isso, a morena seguiu para a seção de terror e começou a procurar por seu livro favorito em alguma das prateleiras.
— O Corvo... escolha interessante, Hailey Winslet. — Uma voz grave e masculina soou atrás da cacheada, fazendo com que ela virasse assustada. — O que foi? Não lembra de mim?
John Luther, o pior e mais idiota de todos os garotos daquela cidade — dá para perceber isso a partir do momento em que se ouve este sobrenome terrível.
— Eu preferia não lembrar. — Ela diz, receosa, mas tentando se manter forte ao ver aqueles olhos frios novamente.
Winslet segura o livro com força e começa a andar para outro lado, porém é seguida pelo rapaz de cabelos pretos, com estatura alta e que sempre anda mascando um chiclete no lado esquerdo da boca.
— Você parece diferente depois de dois anos. Não me procurou por aqui, nem para dizer um oi, olá. - Ele finge tristeza. — Fiquei decepcionado, achei que ainda tínhamos algo.
Hailey não olhou para trás, apenas continuou seu caminho até uma mesa, e o rapaz se sentou na frente dela.
— Os remédios foram fortes demais a ponto de fazer esquecer o amor da sua vida, a sua paixão estudantil mais profunda de todos os tempos, Hailey? — Ele zomba.
Hailey respirou fundo, mantendo os olhos fixos no livro, mas sua mão tremia levemente ao folhear as páginas, entregando o desconforto que sentia.
— Você é estúpido, e eu não tenho paciência para lidar com pessoas assim.
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Não Está Tudo Bem.
DragosteEm 1990, Hailey Winslet, uma adolescente de 17 anos, enfrenta complicações intensas em sua vida. Sob a pressão estética da época e lidando com conflitos familiares, ela foi internada em uma clínica de reabilitação após sofrer uma overdose causada pe...