Capítulo XXXI

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A viagem me deixou mais cansada do que imaginei.

Meu jantar foi rápido ao lado de Agnes e William. Por ter se ausentado, Dorian teve que resolver suas pendências, principalmente agora que era o herdeiro e administrador da família Anders.

Agnes me contou sobre a despedida fria com a senhora Ruth.

Elas se despediram em Londres e a senhora Anders sequer fez questão de ver William uma última vez.

– Pode parecer egoísta, mas fiquei aliviada. – Agnes disse. – Não queria dividir a atenção do meu filho.

William já tinha ido para seu quarto e nós ficamos na sala de visitas.

– Você precisa começar a pensar na comemoração do casamento. Ainda estamos de luto, mas conhecendo meu irmão, ele vai querer oficializar esse matrimônio o mais rápido possível. – Agnes sorriu. – Acho que ele tem medo de você desistir.

Aquilo não iria acontecer, eu iria até o fim com Dorian.

Parte de mim ainda tinha esperança de que ele aparecesse ao menos para nos desejar boa noite, mas isso não aconteceu, e quando o relógio bateu às vinte e duas horas, decidi que era melhor ir dormir.

Ainda era estranho permanecer em um daqueles quartos do corredor principal e era mais estranho ainda pensar que logo eu ocuparia o quarto principal... com Dorian.

Afastei aqueles pensamentos e me deitei.

Só encontrei Dorian no dia seguinte, depois de sair para o corredor pela manhã.

Ele estava parado e encostado na parede oposta ao quarto que eu ocupava. Bob estava sentado aos seus pés, como um fiel escudeiro, e latiu quando me viu.

– Bom dia! – Dorian ficou ereto e deu um passo em minha direção.

– Bom dia, senhor.

Ele sorriu como se eu tivesse dito algo engraçado.

Bob ficou de pé saindo da direção de seu dono e Dorian se aproximou de mim, ficando apenas a um passo de distância. Ele me estendeu a mão e eu a segurei.

– Dormiu bem?

– Muito. – Respondi. – Apesar de achar que nada se compara a ala dos criados.

Ele sorriu novamente me deixando surpresa, Dorian parecia bem feliz naquela manhã.

– Temo ter que concordar. Gostaria de lhe pedir desculpas.

– O que você fez? – Perguntei.

– É o que eu não fiz, não pude estar com você ontem. Mas prometo lhe recompensar.

Dorian dissipou a distância entre nós e se inclinou em minha direção. Suas mãos tatearam meu rosto com delicadeza.

Ele encostou sua testa na minha, seus lábios extremamente próximos do meu.

– Permita-me dizer que a amo, senhorita Ashby.

Então ele me beijou, como se estivéssemos nos unindo novamente. Quando seus lábios se afastaram do meu, senti que me faltava algo.

– Gostaria de lhe dar algo. – Dorian murmurou. Ele colocou a mão em seu bolso e tirou de lá um anel. – Permita-me.

Com uma pequena ajuda de minha parte, Dorian colocou o anel em meu dedo, depois beijou minha mão.

– Gostaria de convidar meus amigos para um jantar de noivado. Algo simples e apenas entre nós. Sei que pretende convidar a senhora Camila e seu esposo, mas se quiser incluir mais alguém, por favor, fique a vontade. Quero que vá com Agnes até a costureira e volte com quantos vestidos quiser e tudo o que precisar, basta falar.

Eu não me faria de orgulhosa, aceitaria seus presentes.

– Tem outra pessoa que eu gostaria de ter como convidada. Não sei se ela aceitaria, mas você fizer o convite é certeza que sim.

– E quem seria?

– A senhora Taylor, sua aliada. – Coloquei a mão em seu braço e começamos a andar.

– Tudo bem, falarei com ela. Convidarei John e espero sinceramente que ele venha.

Ainda não tinha conhecido o senhor DeLuna e também esperava por sua presença. Conhecer os amigos de Dorian sempre me fazia entendê-lo melhor.

Tomamos café juntos na sala de jantar.

William fazendo inúmeras perguntas a Dorian enquanto Agnes e eu nos preparamos para ir à cidade.

Agora só me restava esperar até o jantar de noivado.

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