A família dela!

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Saulo

- Você vai acabar fazendo um buraco no chão. - Papai ri se divertindo com minha situação e beberica de seu suco de laranja.

- Eu sei, mas não posso evitar! - falo tenso enquanto corro minha mão por meu cabelo e continuo andando de um lado para o outro. - e se ela não vier?

- Ela virá Saulo, tenha calma, parece até que está esperando a noiva no altar! - Samuel beberica seu whisky tranquilamente. - apesar de saber que você não estaria assim caso estivesse no altar esperando sua atual noiva! - Ele desdenha e reviro os olhos.

- Não comece por favor. Sabe que não é algo a se discutir nesse momento! - resmungo e ele dá de ombros.

- Você sabe o que eu penso de toda essa situação em que se meteu não é? Vai perder a mãe da sua filha, a mulher que você realmente quer na sua vida, já que fala dela desde que a conheceu a dois anos atrás, e como consequência vai perder sua filha para outro homem disposto a assumi-las, tudo isso por um noivado sem futuro. - Samuel me olha sério e me calo porque ele está certo. Merda!

Um calafrio percorreu meu corpo ao imaginar Laura casando com outro. Não irei suportar ver Helena chamando outro homem de pai e Laura feliz longe de mim. Só eu sei o quanto odiei quando Helena chamou Adriana de pai e toda a quela situação de merda delas trocando intimidades na minha frente. Porra, eu preciso tomar uma atitude com urgência.

- Samuel tem razão filho, não pode ficar preso a alguém só por gratidão, é injusto com você e com ela, além disso quero minha neta me chamando de vovô! - Papai sorri e balanço a cabeça confirmando, ele está certo, já está na hora de ter um conversa com ela, acabar logo com isso e trazê-las para mim.

Suspirei pesadamente e olhei para fora mais uma vez, era a centésima de hoje, e vi a mesma cena: crianças brincavam no jardim comemorando a festa de aniversário de Alice e Ingrid, meus outros sobrinhos também, minha mãe e irmãs conversando alegremente com outras mães que vieram trazer suas filhas, mas nada de Laura e Helena, elas estavam atrasadas meia hora.

- Caralho, quem é aquela deusa? Puta que pariu! - Samuel engasga com a bebida e arregala os olhos, olhando para fora.

Engulo em seco e meu coração mergulha em um precipício quando as vejo entrar sorrindo, Laura está com Helena, nossa filha, em seu colo. O sorriso largo em seus lábios fez com que algo borbulhasse em meu peito, meu sangue ardeu e desceu para uma área que deveria ficar quietinha no dia de hoje, mas a boca deliciosa em um batom rosa claro enviou sinais para o lugar que a queria em volta, o apertando, engasgando.

Merda, eu ansiava por Laura por malditos seis meses. Era uma tortura tê-la a uma porta de mim e não poder tocá-la e ter que fingir indiferença, quando na verdade eu estava ardendo por ela.

- Vamos, eu preciso ver aquela beleza de perto! - Samuel passa por mim para fora e o sigo. Papai fica assistindo futebol, ele ainda está se recuperando da cirurgia e o médico o proibiu de altas emoções.

Assim que me aproximo a irritação toma meu corpo ao ver a suposta companheira de Laura ao lado dela a abraçando. O ciúme me corroe, merda ela não é minha caralho!

Suspiro pesadamente tentando me conter, e sigo até onde minha mãe e irmãs já estão ao redor de Helena. Mamãe a pegou no colo e minhas irmãs estão feito tias bobonas rasgando elogios a minha princesinha linda.

Toda a minha família sabe da minha situação com Laura, assim que me aproximei elas me olharam e todas as quatros arregalaram os olhos para mim como um sinal de "ela é sua com toda a certeza!" Sorri largo, sentindo o orgulho queimar meu peito. Sim, ela era minha, minha filha.

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