Nova Rafaella

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POV Rafaella

Atrás de Juliette, as sombras estavam escuras e vazias; não havia mais uma estranha em pé me observando. Senti um frio na barriga.

— Preciso ir ao banheiro — Eu disse.

Forcei minha saída do círculo de pessoas e da pista de dança e segui as placas até o segundo andar, basicamente uma sacada que circundava sobre toda a boate.

Andei por um corredor estreito até o banheiro, tão iluminado que até feriu meus olhos. O lugar estava estranhamente vazio, e a música no andar de baixo parecia vir de dentro da água.

Antes de sair, arrumei o cabelo, me parabenizei mentalmente por ter escolhido um vestido que não amassava e retoquei o batom. Saí pela porta e dei de cara com uma parede em forma de mulher, não pude senti-la direito, mas foi o suficiente para sentir o impacto.

Me perguntei quantas vezes por dia ela faz exercícios ou frequenta a academia, e de repente meu desejo de vê-la sem roupa só aumentou ainda mais.

Estávamos próximas uma da outra no bar, mas não tão próximas assim. Não com meu rosto quase no seu por ela ser mais baixa, seu cheiro me envolvendo. Ela não cheirava como as mulheres na pista de dança, que pareciam ter tomado banho de perfume. Ela apenas tinha um cheiro limpo, como uma mulher que sempre se cuida, além de um toque de uísque em seus lábios.

— Olá, Deusa.

— Olá, Estranha.

— Eu estava assistindo você dançar.

— Eu vi você — Eu mal conseguia respirar. Minhas pernas ficaram bambas, como se não soubessem se deveriam desabar ou voltar a pular no ritmo da música. Mordi meu lábio inferior, tentando esconder meu sorriso. — Você é tão esquisita. Por que não foi dançar comigo?

— Porque eu acho que você preferia dançar sozinha com alguém assistindo. — Ela se aproximou mais — Você imaginou que eu estava ficando dura?

Pisquei totalmente confusa

— Como? Você... oh... — Me dei conta de onde ela queria chegar, então ela é uma daquelas mulheres que por conta de problemas na gravidez nascem com o órgão masculino. A olhei surpresa. Não que isso fosse um problema, aliás ela acabou de se tornar mais sensual ainda.

— Isso mesmo, mas não se preocupe não é algo de outro mundo. Eu nasci com um órgão masculino e lhe garanto a você, ele faz um trabalho incrível. Espero que não seja um problema.

— Nenhum... então você... estava realmente excitada por mim?

Ela se inclinou para frente, tomou minha mão e a pressionou firme contra sua ereção, que já estava se arqueando em minha mão. Sem pensar, envolvi meus dedos ao redor. Porra ela é grande, e grossa demais para minha preocupação.

— Isso tudo só de me observar dançando?

— Você sempre é exibicionista assim?

Se eu não estivesse tão admirada, eu teria rido.

— Nunca. — Ela me estudou, com o sorriso ainda em seus olhos

— Venha para casa comigo.

Desta vez eu ri.

— Não

— Venha até meu carro.

— Não. De jeito nenhum eu vou sair desta boate com você.

Ela se inclinou e plantou um pequeno beijo carinhoso em meu ombro antes de dizer:

— Mas eu quero tocar em você.

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