Capítulo 2

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Minha casa fica no topo de uma colina, nos limites da cidade

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Minha casa fica no topo de uma colina, nos limites da cidade. É um lugar isolado – os vizinhos mais próximos ficavam a alguns quilômetros de distância. À noite, quando as sombras se alongam e o vento uiva entre as árvores, parece o cenário perfeito para um filme de terror. Mas assim como a tia Sara, gosto desse lugar. A solidão tem seu próprio tipo de paz.

Nos fundos da propriedade, há um penhasco que se projeta sobre o mar. De lá, posso ver um farol antigo, abandonado há anos, suas paredes desgastadas pelo tempo e pela maresia. Sua luz há muito se apagou, mas ainda assim ele permanece, como uma sentinela silenciosa sobre as águas escuras.

Quando minha mente fica muito agitada, quando os pensamentos se embaralham como um novelo sem fim, eu tenho meu próprio ritual. Sento-me na beira do penhasco, deixando minhas pernas balançarem sobre o abismo. As ondas se chocando violentamente contra as paredes do farol lá embaixo, e o vento forte me empurra levemente para frente. É assustador, sim, mas é exatamente dessa adrenalina que preciso para limpar minha mente.

Minha tia quase teve um ataque cardíaco na primeira vez que me viu ali. Correu em minha direção aos gritos, lágrimas nos olhos, imaginando o pior. Precisei de tempo para convencê-la de que não havia motivo para preocupação. Aquele era apenas meu jeito de encontrar um pouco de calmaria para meus pensamentos.

Agora mesmo enquanto troco minha calça molhada por um jeans escuro, sinto meus pensamentos inquietos por conta da mensagem da minha mãe. O que eu não daria por apenas mais alguns minutos, mas diferente dos outros dias, não posso me sentar na beira do penhasco e esperar que meus pensamentos desapareçam juntamente com o vento. Estou quase atrasada.

Decidindo que farei isso em outro momento, pego minha mochila novamente e refaço meu caminho de antes. Quando estou chegando na entrada da cozinha, dou uma espiada à procura da minha tia. Pode ser exagero, mas esse não é o melhor momento para conversar com ela. Sinto que ela não vai reagir da melhor maneira, e não tenho tempo para acalmá-la. Então, quando não a encontro, me sinto aliviada.

Rapidamente pego um papel dentro da bolsa e escrevi uma mensagem para ela.

Conversamos depois, prometo.

Coloco o bilhete em cima da aparadeira antes de sair.

Coloco o bilhete em cima da aparadeira antes de sair

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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