Corações entre ondas 🌊👒

Mares do destino

Sempre vivi minha vida da maneira que quis. Teimosa? Talvez. Impulsiva? Com certeza. Nunca gostei de seguir regras, esse nunca foi o meu estilo. Enquanto outros se prendem ao que é confortável, eu sempre busquei o desconhecido.

Nasci e cresci em Sabaody, o tão famoso “GRANDE ARQUIPÉLAGO SABOADY”. Para muitos, um lugar cheio de mistério, glamour e perigos. Para mim, só mais um pedaço de terra cercado por mar. Nada de mais. As bolhas flutuando pelos ares, as lojas luxuosas e até os temidos Tenryuubitos já não me impressionam. Aqui, as pessoas vivem tentando me enfiar em moldes que nunca vão caber em mim. Querem que eu seja certinha, comportada, que “siga o destino da minha família”. Que piada.

Eu quero o mar. Não o mar que vejo daqui, cheio de correntes controladas por escravos. Eu quero o mar aberto, livre. Quero saber o que o mundo tem reservado pra mim, e vou descobrir, mesmo que isso signifique deixar tudo pra trás.

Foi por isso que me meti nessa confusão. Não me arrependo, mas preciso admitir que roubar o mapa de um comerciante “quase” honesto pode não ter sido minha ideia mais brilhante. Afinal, o cara não parecia do tipo que aceita perder com um sorriso no rosto.

Enquanto atravessava os becos escuros de Sabaody, minha respiração estava pesada, e o coração, acelerado. Segurei firme o mapa dobrado na mão enquanto ouvia os gritos e passos apressados atrás de mim. Eles estavam perto demais.

— Pegue ela! Não deixe escapar! — alguém gritou, e eu quase ri. "Pegar" é fácil dizer. Quero ver conseguir me alcançar.

Correr em Sabaody é um exercício de criatividade. A cada curva, uma bolha gigante podia te surpreender e te jogar de volta onde começou. Mas isso era algo que eu já dominava. Conhecia esses becos como a palma da minha mão.

Foi quando cheguei ao cais que percebi que o destino tinha outros planos. Meu caminho estava bloqueado por um enorme navio de proa ensolarada, que parecia até sorrir para mim.