Diagnóstico

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Rafaella Kalimann

Ajoelhei-me ao lado da cama de Emily, avaliando-a com o olhar clínico enquanto minha mão pousava na testa dela. Estava quente, e não era apenas impressão; a febre estava alta. Olhei rapidamente para Bianca, que permanecia ao lado da porta, visivelmente aflita.

Respirei fundo, tentando manter a calma. O pânico dela já estava mais do que evidente, e a última coisa que Emily precisava era de mais tensão no ambiente.

— Bia, — comecei, minha voz baixa e suave para não alarmar Emily. — Acho que precisamos levar a Emi ao hospital agora. Não quero arriscar esperar até amanhã para os exames. Com febre alta e abatida assim, é melhor investigarmos tudo imediatamente.

Os olhos de Bianca se encheram de lágrimas, e ela mordeu o lábio, hesitando por um momento.

— Rafa, você acha que é algo sério? — A pergunta veio carregada de medo, o tipo de medo que corta o coração.

Aproximei-me dela, segurando suas mãos com firmeza e olhando diretamente em seus olhos.

— Eu não posso afirmar nada agora, Bianca, mas quero garantir que vamos descobrir o que está acontecendo. No hospital, ela terá todo o suporte necessário, e isso é o mais importante no momento. Confia em mim, tá bom?

Ela assentiu, soluçando baixinho. Emily murmurou algo incompreensível da cama, sua voz fraca, e Bianca foi imediatamente até ela, acariciando seus cabelos com todo o cuidado do mundo.

Levantei-me e peguei o celular, discando rapidamente para um contato no Hospital Sírio-Libanês. Felizmente, o atendimento de emergência pediátrica era um ambiente que eu conhecia bem. Expliquei a situação de forma sucinta, solicitando que preparassem uma sala e deixassem a equipe de plantão ciente.

— Está tudo pronto para a chegada dela, Doutora Rafaella. — Disse a enfermeira do outro lado da linha.

— Obrigada. Estou a caminho com a paciente. — Finalizei a ligação e virei-me novamente para Bianca. — Vamos agora. Eles já estão nos esperando no Sírio-Libanês.

Bianca rapidamente pegou uma pequena bolsa com os itens de Emily, e eu ajudei a enrolar a pequena em uma manta para protegê-la do frio. Carreguei Emily no colo, sentindo o calor excessivo da febre irradiando de seu corpinho.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. — Murmurei baixinho para ela, enquanto a levava até o carro.

A viagem até o hospital foi silenciosa. Bianca dirigia com uma concentração que parecia extenuante, e eu estava no banco de trás com Emily, monitorando-a de perto. Sentia o peso da responsabilidade em cada segundo que passava, mas ao mesmo tempo, havia uma determinação inabalável. Eu faria tudo o que fosse necessário para ajudar aquela pequena guerreira.

Quando chegamos ao hospital, uma equipe já estava esperando na entrada com uma maca preparada. Assim que Emily foi transferida, vi o alívio misturado com a angústia nos olhos de Bianca.

— Ela está em boas mãos agora. — Disse, segurando o ombro dela com firmeza. — Vamos acompanhá-la e garantir que tudo seja feito da melhor maneira possível.

Era uma promessa. Uma que eu estava decidida a cumprir.

Acompanhei cada passo dos exames com atenção total. Emily estava assustada, mas tentava ser corajosa no colo de Bianca, que a segurava com tanta delicadeza que partia o coração. Quando chegou a hora de tirar sangue, vi o terror tomar conta dos olhinhos dela.

— Não vai doer muito, meu amor, prometo. — Bianca murmurava, beijando a testa de Emily enquanto os enfermeiros se preparavam.

Mesmo assim, Emily começou a chorar assim que sentiu a agulha, escondendo o rosto no pescoço da mãe. Eu me aproximei e toquei suavemente no braço de Bianca, olhando nos olhos dela.

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