Aquele Idiota

Aquele Idiota 2 - 29_ Você é minha

Ayla

Eu e Theo estávamos rindo.

- Isso parece uma desculpa pra matar aula, hein.

- Talvez. - Ele piscou. - Mas quem disse que eu preciso de desculpa?

Andamos juntos até a sala. No caminho, ele começou a fazer perguntas aleatórias me distraindo completamente: coisas como "se você pudesse ser qualquer animal, qual seria?" ou "qual é o pior filme que já viu?". Cada resposta minha arrancava uma reação exagerada dele e eu não conseguia parar de rir.

Quando a aula terminou fomos juntos para a cantina. Eu estava tão entretida que quase esqueci do horário, até que meu celular vibrou com uma mensagem do Dylan.

"Onde você tá, anjo? Tô na cantina."

Levantei os olhos e lá estava ele, seu olhar encontrou o meu.

Dylan

Senti meu sangue fervendo vendo a minha mulher rindo de algo que aquele filho da puta dizia. A maneira como ele a olhava, como ela estava a vontade ao lado dele... porra!

Caminhei até a mesa onde eles estavam.

- Anjo, você não ia me esperar? - Perguntei, dando um selinho em seus lábios.

Ela olhou pra mim, surpresa, e então percebi que o desgraçado também estava me encarando, com um sorriso que me irritou ainda mais.

- Dylan, eu só... Theo e eu estávamos conversando.

- É, só conversando. Tudo bem, cara?

- Tô ótimo. - Seu filho da puta.

Ayla percebeu a tensão e rapidamente se levantou, colocando a mão no meu braço.

- Dylan, vamos?

- Claro, amor.

Caminhei com minha namorada até um corredor vazio, longe do movimento da cantina, e parei de repente, virando-me para encará-la.

- O que porra foi aquilo?

- O quê?

- Meu anjo, você sabe muito bem do que eu tô falando. - Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia. - Você fica lá com ele, rindo, como se fosse a porra de um encontro, enquanto eu tô aqui, lidando com o caralho todo sozinho!

- Encontro? Você tá maluco? - Ela cruzou os braços.

- Ah, eu tô maluco? - Dei um passo a frente, encurralando-a contra a parede. - O cara tá na sua cola, Ayla, e não é de agora, porra.

- Dylan, ele é meu amigo! - Ela tentou empurrar meu peito, mas eu não me movi. - Você não pode falar muita coisa. A Clara que fica dando em cima de você na cara dura!

- Porra, garota... - Minha risada foi amarga e eu me aproximei ainda mais, até que nossos rostos estavam a centímetros de distância. - Ayla, eu estou pouco me fodendo para aquela porra de Clara. Aquele filho da puta não quer ser só seu amigo, e você sabe disso.

- Você tá sendo irracional.. - A voz dela vacilou, mas vi o jeito como suas mãos tremeram quando eu segurei seus pulsos e os prendi contra a parede.

- Irracional? Sabe o que é irracional, anjo? Eu ter que assistir outro cara tentando se aproximar de você, enquanto eu tô fazendo de tudo pra te proteger.

Ela ficou em silêncio, me encarando. Eu podia sentir sua respiração contra minha pele, rápida e irregular.

- Dylan... - Ela começou, mas eu interrompi, pressionando meu corpo contra o dela.

- Você é minha, Ayla. Minha. E ninguém tira você de mim.

Minha boca encontrou a dela com uma urgência que beirava o desespero. Não havia espaço para hesitação ou delicadeza. Meu beijo era possessivo, feroz, e senti quando ela cedeu, respondendo com a mesma intensidade.

Minhas mãos deslizaram para sua cintura, puxando-a mais contra mim. Porra, essa mulher me enlouquece de um jeito que... caralho.

- Dylan... - Ela tentou falar novamente, mas eu não a deixei. Minha boca se moveu para seu pescoço, marcando cada centímetro da pele dela que eu conseguia alcançar.

- Não me testa, amor. Não quero ver você com ele de novo. - Minha voz saiu rouca, cheia de um ciúme que eu não conseguia disfarçar.

Ela respirou fundo, segurando meus ombros.

- Eu não fiz nada de errado.

- Não, mas ele quer algo. E eu não vou deixar.

Ela me encarou e por um momento, o silêncio entre nós parecia cheio de coisas não ditas. Então, para minha surpresa, ela puxou meu rosto de volta para o dela, me beijando com uma intensidade que fez meu coração disparar.

Ela é minha, cacete. Minha. Toda minha. E ninguém muda isso.
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Continua...