Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 9

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1990 - Los Angeles

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1990 - Los Angeles.

Assim que chegou em casa, Hailey correu para o quarto de seu irmão, onde há um único computador da casa. Com os dedos ágeis, ela acessou rapidamente a página do colégio onde estuda e procurou pela lista de matriculados.

— Esse idiota repetiu de ano três vezes, não seria melhor se o expulsassem de uma vez? — resmungou, irritada.

Ela encontrou o nome de John Luther em uma sala de alunos que não tem um histórico muito bom, ou seja, todos retidos. Agora, com uma técnica simples e rápida, ela acessa o histórico de aulas e desempenho do garoto, sorrindo de canto ao ter o controle daquilo.

John Luther estragou a vida dela uma vez, e agora ela não vai deixar ele ter tempo de fazer isso de novo.

Hailey trocou algumas notas do bimestre do garoto por F e D, além de que, em seu desempenho, ela acrescentou: "problemas constantes de indisciplina e falta de respeito com colegas e professores, assédio moral e racismo".

Winslet sabia que aquilo não resolveria o problema maior, mas, ao menos, faria ele ficar um tempo na detenção, longe dela. Era como se quisesse mostrar para si mesma que ainda tinha o controle, que poderia virar o jogo se fosse esperta o suficiente.

Hailey apagou os rastros do que havia feito no sistema e desligou o computador. Seu coração ainda estava acelerado, mas agora com uma mistura de adrenalina e satisfação. Ela sabia que mexer nos registros era arriscado, mas o olhar de John na biblioteca, o tom ameaçador na voz dele, tinham despertado nela algo que não sentia há tempos: a necessidade de lutar.

Enquanto se jogava na cama, os pensamentos começaram a se reorganizar. Dois anos atrás, ela havia jurado nunca mais se meter em confusões, nunca mais chamar atenção para si mesma. Mas agora, parecia que o universo tinha outros planos.

Ela sabia que precisaria ser cuidadosa. John era esperto e, pior, ele era manipulador. Se ele realmente sabia sobre o que aconteceu, poderia usar isso contra ela a qualquer momento.

Algo lhe dizia que aquele ano letivo seria tudo, menos tranquilo.

— Haly? — Sua mãe entra no cômodo com um cesto de roupas na mão. — O que está fazendo no quarto do seu irmão?

— Eu tava procurando uma coisa que devo ter deixado aqui, mas já desisti de achar.

— Certo — disse ela, não acreditando muito. — E como foi a escola hoje?

— Péssimo.

— Por quê? Aprontou alguma coisa? — ela pergunta, enquanto cata algumas roupas do chão do quarto.

— Não, mas quando você descobre que vai ter que começar a fazer mais aulas em um ensino que já é integral, seu dia não vira o mais feliz do mundo. — Se encostou na parede da cama.

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