Os Guerreiros do Destino

5 - Novas missões

Motivado pela raiva, Orkan disparou na frente e alcançou a Guilda primeiro, abrindo a porta com um baque. O barulho alto chamou a atenção dos Caçadores que estavam sentados às mesas, almoçando. Eles olharam o Ladino de cima a baixo, sem muita reação, e voltaram à refeição. Aestus chegou logo em seguida, esbaforido, apoiando as mãos nos joelhos, recuperando o fôlego.

Orkan, sem muita paciência, tirou o envelope com o contrato do bolso de sua calça e o segurou com o braço estendido, mostrando-o a Barthos. O comandante da Guilda estava de braços cruzados, com uma expressão mista de surpresa e admiração. Ele sabia que Aestus seria um ótimo caçador, porém achava que Orkan não teria tanto sucesso na carreira.

Pelo visto foi provado errado. E estava muito feliz por isso.

— Missão dada... é missão cumprida — Aestus disse sem fôlego ao alcançar seu amigo no balcão. O comandante pegou o contrato e o conferiu.

— Pelo jeito a Sra. Geris ficou bem contente. Até anotou um recado aqui no canto. "Muito ágeis e solícitos," junto de um sorrisinho desenhado. Parabéns, rapazes. Superaram minhas expectativas — falou Barthos.

Aestus ainda sentia como se seu pulmão fosse estourar. Acompanhar um Ladino correndo não era nem um pouco fácil. Barthos começou a fazer o protocolo depois de uma caçada: anotava os detalhes do serviço em seu livro para depois atualizar a ficha dos dois novos Caçadores.

Enquanto esperava, ainda um pouco desconfortável em conversar com seu amigo, Aestus foi olhar o quadro de avisos, ansioso para realizar novos contratos. Orkan balançava no lugar, impaciente, e batia com a ponta de sua bota no chão de madeira, emitindo um som ritmado. Após intermináveis minutos, Barthos se levantou e despejou o conteúdo de um saco relativamente pequeno em cima do balcão, o que revelou uma quantidade moderada de cristais bem brilhantes. Ele olhou para os rapazes e disse:

— Aqui está o primeiro pagamento de vocês. Parabéns pelo serviço!

Aestus pareceu um pouco decepcionado. Por mais que o contrato estipulasse o valor logo de início, ao visualizar a módica recompensa, sentiu que não era muito impressionante. Ele olhou para Orkan, com medo da explosão de raiva que estava por vir. No entanto, surpreendentemente, o loiro olhava estupefato para as pequenas pedras brilhantes, com os olhos cintilando e a boca entreaberta. Aestus ainda tentava decifrar o que estava acontecendo, quando o amigo interrompeu seu raciocínio.

— Eu trabalhava quase um mês inteiro pra receber isso... Eu tô rico!

Orkan juntou todos os cristais novamente dentro do saco, em um movimento rápido, como se tivesse o risco de perder o pagamento se ficasse mais um segundo fora de sua mão. Carregou sua recompensa como se fosse um filho recém-nascido, com todo o cuidado, protegendo-o com um instinto quase paternal. Aestus ficou aliviado, soltando o ar com um risinho. Os outros Caçadores desviaram a atenção de seus pratos momentaneamente, achando graça da reação do principiante, que por sua vez nem notou nada.

Depois que seu frenesi monetário passou, Orkan perguntou para seu amigo, visivelmente empolgado:

— Ok, qual nossa próxima caçada, chefia? Eu já tô pronto! — Estava afoito, seus olhos pregados no quadro de avisos.

Barthos soltou uma risada gostosa, feliz por ver a animação do Ladino. Fazia tempo que ele não recebia novatos na Guilda, ainda mais um com tanta vontade de trabalhar.

— Vamos com calma, rapaz. Por que vocês não almoçam primeiro? A comida aqui da Guilda é muito boa e o preço é mais baixo para Caçadores. — Barthos indicou as mesas perto do balcão.

Orkan e Aestus concordaram, um pouco a contragosto do Ladino. Depois, sentaram-se em uma das mesas e fizeram o pedido de uma refeição completa para o responsável pelo bar. Só quando pararam que perceberam que necessitavam mesmo de uma pausa.