11 - Mayara

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Helena só podia estar brincando com a minha cara

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Helena só podia estar brincando com a minha cara. Solto um suspiro irritado enquanto entro no prédio da Defensoria Pública, sentindo o peso do absurdo que estava prestes a fazer.

Caminho pelos corredores iluminados, os olhos passando pelas plaquinhas ao lado do elevador.

Quinto andar, Dra. Mayara Alencar.

O nome destacado na placa me faz bater o pé no chão, nervoso. Não acredito que estou mesmo aqui. Mas era necessário. Se Helena tinha uma chance de arrancar algo de Caio, eu precisava colaborar, por mais que isso me irritasse profundamente.

Principalmente porque o preço disso era sair para jantar com aquele imbecil. Francamente, isso já passava dos limites.

— Toc, toc — murmuro ao me encostar na porta entreaberta da sala, cruzando os braços enquanto observo a morena de cabelos bem alinhados atrás da mesa.

Dra. Mayara ergue os olhos do que estava fazendo e abre um sorriso largo ao me ver.

— Capitão Nascimento — ela diz, levantando-se com elegância. — Entre, por favor.

Eu retribuo o sorriso, mesmo que forçado, e dou alguns passos para dentro. A sala era ampla, com uma decoração sóbria, mas elegante. Me aproximo da mesa, tentando parecer menos incomodado do que realmente estava.

Ah, como eu odiava precisar da ajuda dela.

— A que devo a honra dessa visita? — Mayara pergunta, o tom cordial enquanto me observa sentar à sua frente.

Respiro fundo, tentando engolir o gosto amargo da situação.

— Eu vim... — faço uma pausa, limpando a garganta, sentindo as palavras pesarem mais do que deveriam. — Queria saber se aceita jantar comigo.

Os olhos de Mayara se arregalam ligeiramente, surpresa. É claro que já devia ter ouvido os boatos sobre mim e Helena. Essa cidade é pequena demais para segredos.

— Achei que você e a investigadora Franco... — ela começa, mas eu a corto antes que termine.

— Mentira. Um boato estúpido... — continuo, mantendo o olhar firme. — Nunca me envolveria com alguém do trabalho.

Ela estreita os olhos, claramente avaliando se deveria acreditar em mim. Dou de ombros, reforçando o argumento com outra mentira bem ensaiada.

— E, sinceramente... — começo, mas paro por um segundo quando vejo o interesse dela aumentar.

— Sinceramente? — Mayara repete, lambendo os lábios de maneira calculada, como se estivesse testando o terreno.

— Ela não me atrai. Nem física, nem emocionalmente. — completo, mentindo descaradamente.

Mayara inclina a cabeça, um sorriso lento surgindo em seus lábios.

— Está livre agora? — pergunto, lançando um sorriso que espero parecer convincente.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora