Era manhã de segunda-feira e a primeira coisa que Joui fez ao chegar na escola foi checar seu armário. Há algumas semanas ele havia começado a receber alguns bilhetes anônimos que sempre eram acompanhados por uma pequena flor. No início, Joui achou estranho receber tais presentes de repente e perguntou a todos os seus amigos se eles sabiam quem teria lhe mandado aquilo. No entanto, nenhum deles afirmou saber de algo relacionado, ficando tão surpresos quanto ele ao saber da história.Os bilhetes eram todos digitados, o que deveria ser proposital para que Joui não descobrisse, através da caligrafia, a quem eles pertenciam. Porém, mesmo que fossem digitados, Joui podia garantir que nenhum deles era copiado de qualquer lugar da internet. Isso porque ele checou todos, mesmo não sendo tão bom com tecnologia, ele ainda sabia como identificar textos plagiados, e confirmou que nenhum deles era assim.
Tudo isso só deixou o garoto mais curioso, afinal, todos os textinhos eram tão profundos e apaixonados que ele sentia seu coração acelerar toda vez que imaginava uma pessoa escrevendo aquilo ao pensar nele. Era um pouco desconcertante até, mas não deixava de o fazer suspirar por vezes.
Infelizmente, como esperado, não havia nenhum bilhete ainda em seu armário. Ele sabia que chegar muito cedo nunca funcionava, ele nunca conseguia encontrar a pessoa que deixava os bilhetes com as flores em seu armário. Além disso, ficar de guarda por ali também não daria certo, a pessoa tomava extremo cuidado em manter sua identidade oculta e claramente não queria ser descoberta.
De certa forma aquilo frustrava muito Joui. Ele queria saber quem gostava dele daquela forma, queria conhecer a pessoa que sempre conseguia arrancar um sorriso seu até nos dias em que ficava exausto.
Joui acreditava que a pessoa era alguém conhecido, afinal, não tomaria tanto cuidado em ser descoberta pela caligrafia se fosse alguém que Joui não tivesse contato. No entanto, mesmo ficando mais atento ao comportamento de todas as pessoas mais próximas de si, ele ainda não tinha nenhuma única suspeita de quem fosse.
“Oi, Joui.” A voz rouca de Kaiser soou próximo dele, tirando-o de seus pensamentos.
“Oi, Kaiser.” Ele sorriu para o garoto, vendo-o encarar qualquer coisa que não fosse Joui. “Você está bem? Nunca chega cedo…” Comentou, analisando as olheiras e os cabelos longos dele preso desleixadamente.
“Eu dormi na casa do Arthur ontem.” Kaiser respondeu caminhando até seu próprio armário. “Ele me acordou mais cedo.”
“Hm.” Joui cruzou os braços, assumindo uma expressão crítica.
Ouvindo seu tom, Kaiser se virou novamente, suspirando com um olhar suave.
“Não te chamamos porque você tinha dito que ia passar o final de semana estudando.”
“Foi o que eu fiz.” Joui deu de ombros.
Kaiser assentiu com um aceno.
“Mas então, o que vocês fizeram?” O tom enciumado ainda não havia desaparecido por completo, embora ele pelo menos tentasse disfarçar.
“A gente só jogou videogame, nada demais.” Kaiser abre o armário, deixando alguns livros lá e pegando outros. “Se quiser podemos fazer alguma coisa hoje também.” Ele continuava a não trocar olhares com Joui, mas o garoto não parecia se importar.
“Não precisa, Kaiser.” Joui respondeu, fechando seu armário. “Só se você quiser.”
“Não tô a fim de sair, mas se quiser ir lá em casa depois…” Assim que ele disse isso, o sinal tocou. Kaiser finalmente levantou o olhar para Joui e o viu o garoto sorrir outra vez em sua direção.
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Flores e bilhetes (Joesar, Joaiser)
FanfictionKaiser é apaixonado por seu melhor amigo Joui, mas não sabe se um dia será capaz de dizer isso para ele. Numa tentativa de demonstrar seus sentimentos, Kaiser começa a deixar flores e bilhetes anônimos em seu armário. Fanart de: @leticiapavau no t...