Absorvida pelo aroma fresco, Leah apertou os lábios. Não farei nada que você não queira que eu faça . Cada palavra que esse homem do deserto falava a fazia se sentir estranha."Mas, pelo menos, poderíamos nos beijar", ele acrescentou com indiferença.
"......?"
"Você também precisa disso. Claro, se você quiser fazer outra coisa, isso seria bem-vindo."
"Eu não preciso disso," Leah recusou categoricamente. Mesmo que ele fosse o Rei de Kurkan, ele não poderia tratá-la assim. Era hora de ela corrigi-lo. "Nós já confirmamos nossas identidades. Você deve se comportar adequadamente."
Mas Ishakan fez ouvidos moucos às suas palavras. Ele olhou para ela cuidadosamente, particularmente para seus ombros magros, e então murmurou algumas palavras incompreensíveis.
"Se você estivesse no deserto, seria tratado incrivelmente bem..."
Leah mordeu os lábios. Toda vez que ele falava, seu coração batia forte. Seu cheiro, sua voz, seu olhar, até mesmo o calor que irradiava de seu corpo a deixavam nervosa. Sua boca ficou seca, e de repente ela teve uma dor de cabeça latejante. As palavras de uma voz severa pulsavam com a dor.
- Saia deste lugar imediatamente.
Era uma ordem, afiada e autoritária, mas hoje ela se rebelou. Ela queria falar mais um pouco com esse homem. Quando ela levantou a cabeça, viu seus olhos dourados olhando para ela.
"Então, você se lembrou de alguma coisa?" Ele perguntou a ela sem rodeios.
"Como posso me lembrar de alguém que nunca conheci?"
Ele franziu a testa diante das palavras irritantes e pareceu pensar por um momento antes de pegar uma pequena caixa.
"Segunda pista," ele disse, abrindo a tampa para revelar frutas marrom-escuras. Leah olhou para elas curiosamente.
O que é isso?
Era a primeira vez que ela os via, mas eles cheiravam tão bem que sua boca imediatamente encheu d'água. Ela não conseguia tirar os olhos deles.
"São encontros." Ishakan sorriu e estendeu a caixa para ela. "É um presente."
Ela esqueceu tudo sobre boas maneiras. Pegando a caixa, ela comeu uma imediatamente, o gosto doce se espalhando por sua boca, pegajoso em sua língua. Suas bochechas coraram e seus olhos se arregalaram enquanto ela exclamava interiormente. Esse era o gosto que ela sentia falta. Inconscientemente, ela estava procurando por ele. Morrendo por ele.
Depois de engolir o primeiro quase inteiro, ela rapidamente enfiou o resto na boca, como se nunca tivesse ficado enjoada um dia sequer na vida. A comida era tão deliciosa que ela quase chorou enquanto comia.
Num piscar de olhos, a caixa estava vazia. Ela olhou para ela com pesar por apenas um momento antes de recuperar a compostura e fechar a tampa. Não importava o quão faminta ela estivesse, ela tinha que manter sua dignidade. Ela estava diante de um rei de outro país...
Ela estava tão envergonhada que desejou poder se esconder. Que glutona ela devia parecer, exatamente como Cerdina disse. E ela ainda queria mais. Queria encher seu estômago vazio até estourar.
Não havia como conseguir mais. Ela não podia pedir para suas damas de companhia os conseguirem. Se ela fizesse um pedido tão incomum, Blain e Cerdina certamente ouviriam sobre isso, e se eles perguntassem por que ela os queria, ela não teria nenhuma desculpa crível. A única maneira de conseguir mais encontros era com o homem na frente dela.
Saboreando a doçura persistente em sua boca, Leah arriscou um pedido.
"Ca...você pode..." A voz dela tremeu, e ela corou quando ele inclinou a cabeça para ela. "Você pode me dar mais um pouco...?"
Ishakan cobriu a boca com as costas da mão e ficou vermelha ao perceber que ele estava segurando o riso.
"Há uma condição." Ele tocou os lábios dela com o dedo, um gesto que deixou seu preço claro. Um beijo. A expressão de Leah ficou rígida.
"Eu tenho alguns", ela disse.
"Eu também." Ele não recuou nem um pouco. Sua voz era baixa. "Se você não quiser, tudo bem."
"......"
Os lábios de Leah se apertaram. Ela não conseguia comer nada há tanto tempo. E agora que ela tinha encontrado algo que podia comer, era tão difícil resistir. Ela continuou se lembrando do gosto das tâmaras que tinha acabado de comer, e a fome nublou sua razão. O autocontrole que ela mantinha tão firmemente se despedaçou.
Ela o beijaria, porque estava com fome. Leah olhou para os lábios dele. Quando ele a beijou antes, ela não desgostou nem um pouco. Até lhe deu prazer. Será que seria a mesma sensação daquela noite na chuva? Ignorando o aviso em sua cabeça, ela se levantou na ponta dos pés, apoiando as mãos no peito de Ishakan.
Os olhos dela se arregalaram quando o rosto dele se aproximou do dela. Quando os lábios deles fizeram contato, ela estremeceu. No momento em que pensou em recuar, ele atacou.
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Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷)
RomanceA princesa Leah escreveu uma nota de suicídio antes de seu casamento, pois tinha certeza de que morreria depois da noite de núpcias. Seria o fim miserável de uma princesa que dedicou sua vida ao país e à família real. Mas antes de desistir de sua vi...