Tell Me Goodbye

CAPÍTULO XXI

"Nada neste mundo consome mais um homem rapidamente do que a paixão do ressentimento"

FRIEDRICH NIETZSCHE

Emma acordou, ou melhor, levantou cedo, pois se dormira foram poucos segundos. A única coisa que queria agora era falar com Alex e terminar o que de fato nem havia começado.

- Bom dia! - Emma diz ao adentrar o quarto, trazendo algo para comer. Alex estava acordado, olhando pensativo para os cantos, e ao vê-la tenta se levantar, mas sua perna ainda o impedia.

- Não se esforce tanto, ainda não está bem - Emma fala, ajudando-o após colocar o que carregava numa cômoda velha.

- Não finja que se importa - Alex esbraveja rudemente.

- Alex, me desculpe por ontem. Eu...

- Queria vê-lo, não é? Você está vendo como estou por causa daquele cara E, MESMO ASSIM, FOI ATRÁS DELE! - Alex se altera, fazendo com que Emma se afaste assustada. Mas, ao perceber tamanho vacilo, logo se desculpa.

A mesma não diz nada após isso, apenas o observa comer, sentindo-se mal por ele também, mas não podia mais continuar com aquilo.

- Eu... não quero mais casar com você, sinto muito!

Alex olha para ela, procurando algo em seu olhar, mas não via nada além de pena e determinação.

"Mais uma vez rejeitado" foi o que pensou, mas jamais aceitaria aquilo, nem que para isso precisasse matar Phillips.

- Não aceitarei isso - Ele diz com a voz embargada.

- É o melhor para nós dois, entenda, por favor! - Emma insiste.

- Então não vejo outra opção a não ser matar aquele... Você sempre vai preferi-lo, não importa como. Desde que éramos crianças, sempre foi assim. Ele matou seu pai e todas as outras pessoas, e ainda assim o defende. Um assassino! - Alex acusa.

- Isso é o que você diz! Eu sei que ele é inocente! - Emma rebate.

Hatt ri, desacreditado

- És tão inocente, Emma! Mas deixa eu refrescar sua memória. Lembra do garoto que você rejeitou quando era criança? Disse que não falava com estranhos. Você lembra?

Corse permanece em silêncio, não sabendo o que dizer, mas lembrou-se do garoto sorridente e sentiu-se mal por ter feito aquilo.

- Eu era esse garoto. Sabe o que é engraçado? Ele também era um estranho, e você o aceitou, mas aquele maldito garoto você rejeitou. Você é má, Emma! - Alex diz, com tristeza no olhar.

Corse não conseguiu fazer nada além de chorar e repetir: "Me perdoe" para o homem deitado ao seu lado. E era exatamente isso que Alex queria: fazê-la se sentir culpada por tanta rejeição.

Alex se levanta, com a ajuda de uma bengala que mandara trazer, a qual havia pertencido à sua avó.

- Você nem sequer perguntou por que estou assim. O seu Arvid me atacou porque descobri que ele era o assassino. Eu sei que você o viu fugir e ajudou, mas é bom que saiba que não importa onde ele esteja, seja até no inferno, eu vou encontrá-lo e ele vai pagar por ter matado minha avó! - Alex ameaça.

Dito isso, ele sai, deixando Emma afogada em suas próprias intrigas e escolhas. Ela não queria magoá-lo, mas o fez, e agora se sentia mais culpada do que nunca.

Alex voltou para casa, embora Sra. Corse insistisse que não estava bem. Ele não quis.

Amme o acompanhou, pois quanto mais longe do seu lar, melhor lhe seria.

Homens logo foram até ele, disseram que Phillips havia voltado e se integrado. Alex, satisfeito com a notícia, logo foi comprovar com os próprios olhos. Amme fez questão de ir junto, desejava o fim mais horrível para o assassino de seu pai e nunca mais ver o homem a quem aceitou profundamente em seu coração.

- Vejam só, eis o fugitivo! - Hatt diz, aproximando-se.

Phillips estava sendo carregado por dois homens, a qual quando o ver sorrir. Amme o encarou com desprezo, não só pela morte de seu pai, como também, das outras vítimas. A mesma precisou se controlar para não avançar nele novamente.

- Vejo que o corte não foi tão profundo assim! - Arvid debochou.

- Certamente fui uma das poucas vítimas que sobraram - Alex rebateu.

Os homens seguiram em frente. Ao passar por Amme, Arvid sussurrou em seu ouvido:

"- Está ao lado do assassino e nem sabe."

Dito isto é levando para longe

Amme ficou confusa. "Ao lado do assassino?" A mesma olhou para Alex, mas se recusou a acreditar. Afinal, era seu amigo há bastante tempo, e confiava imensamente nele. Não havia motivos para que ele matasse a própria ,avó.

"Não mesmo"

- O que houve? - Alex perguntou, preocupado.

- Nada - Amme respondeu, sorrindo. - Estou feliz por terem pegado ele.

Alex sabia que Amme estava mentindo, mas não comentou.