Treinta y nueve

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Tema: Ele triste por ter perdido a apresentação da filha.

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A noite estava quieta e calma quando Carlos Sainz finalmente chegou em casa, depois de um dia exaustivo de treinos e compromissos. Ele tinha se atrasado mais do que o esperado, e agora estava preocupado com o estado de sua filha, Maitê, que tinha ficado chateada por ele não ter comparecido à apresentação escolar dela, a qual ela tinha se esforçado tanto para fazer.

Ao abrir a porta de casa, Carlos pode ouvir as risadas e o som de vozes suaves vindas da sala, onde ele sabia que Maitê e Sn estavam. Mas logo o silêncio se fez presente, e quando ele entrou, os olhos da filha o encararam de longe, com uma expressão que ele sabia bem o que significava.

Maitê estava sentada no sofá, braços cruzados, olhando para ele com aquele olhar triste que só uma criança pode ter quando se sente desapontada.

Carlos foi até ela, tentando esconder a dor que sentia por ter falhado em um momento importante para ela.

— Papai... — Maitê disse, baixinho, com a voz embargada. — Você prometeu que ia estar lá na apresentação, mas não foi. Você disse que não ia se atrasar. — Seus olhos estavam marejados, e a decepção era visível no rosto da pequena.

Carlos se sentou ao lado dela, com o coração apertado. Ele sabia que falhara com ela, e nada parecia pior do que a dor nos olhos de sua filha.

— Eu sei, meu amor. Me desculpe. Eu realmente tentei, mas os treinos e os compromissos não ajudaram. Eu deveria ter planejado melhor, e eu sinto muito por ter te deixado assim. — Carlos disse, passando a mão pelos cabelos dela e tentando reconectar o laço que sentia ter perdido naquele momento.

Maitê apenas balançou a cabeça, sem dizer mais nada. Ela se levantou e foi para o seu quarto, deixando Carlos ali, com a culpa se acumulando. O peso da decepção dela estava deixando-o tão triste quanto se ele tivesse falhado consigo mesmo. Ele foi para o quarto, sem forças, e se jogou na cama. Colocou a mão sobre o rosto, tentando disfarçar o quanto estava chateado com a situação.

— Por que eu sou tão idiota? — ele murmurou para si mesmo, com a voz baixa e cheia de tristeza.

Enquanto ele estava ali, perdido em seus pensamentos, a porta do quarto se abriu suavemente. Sn entrou silenciosamente, sem fazer barulho, e o viu ali, deitado de lado, os olhos fechados, mas com a respiração pesada. Ela sabia o quanto ele se importava com a filha, sabia que ele estava sofrendo mais do que queria admitir.

Sn caminhou até a cama e se deitou ao lado dele, abraçando-o pelas costas, aconchegando-se com o calor do corpo dele. Carlos sentiu o toque dela e suspirou, seu corpo relaxando com a presença dela, mas ainda se sentindo pesado com a culpa.

— Eu sei que você está se sentindo mal, Carlos... — Sn sussurrou suavemente, acariciando a parte de trás do pescoço dele. — Eu sei que você queria estar lá para a Maitê, mas, meu amor, não é o fim do mundo. Ela sabe o quanto você a ama.

Carlos virou-se lentamente, olhando para ela com os olhos cheios de tristeza. Ele não queria se mostrar fraco, mas não conseguia esconder o quanto estava magoado com a situação.

— Eu prometi que ia estar lá, e não fui. Ela estava tão animada, Sn. Eu falhei com ela. — Ele disse, sua voz embargada. — Sinto como se eu tivesse deixado ela para baixo.

Sn acariciou o rosto dele, com um olhar cheio de carinho e compreensão.

— Carlos, você é humano, e todos nós cometemos erros. Eu sei que você se preocupa profundamente com ela, e isso é o que importa. — ela disse, seus olhos transmitindo um carinho imenso. — Ela te ama, e eu sei que ela vai entender, porque ela sabe que você faz o seu melhor todos os dias.

Carlos suspirou profundamente, tentando se acalmar. Ele estava exausto, fisicamente e emocionalmente. Sentia-se como se tivesse falhado em ser o pai que ele tanto desejava ser para Maitê. Mas as palavras de Sn pareciam ter um efeito calmante, e ele começou a relaxar um pouco.

Sn se aconchegou mais perto dele, tocando seu peito com a mão e sentindo seu coração bater. Ela sabia que ele estava completamente absorto na culpa, mas ela queria ajudá-lo a se libertar disso.

— Eu sei que você se esforça tanto, Carlos. Eu vejo isso todos os dias. — Sn disse, com um sorriso suave. — Você é o melhor pai que a Maitê poderia ter. E ela sabe disso, mesmo quando está chateada. E, em breve, tudo vai passar. Só precisamos dar um pouco de tempo.

Carlos fechou os olhos, sentindo o calor do corpo dela ao seu lado. Era como se o simples toque de Sn fosse capaz de curar a dor que ele estava sentindo. Ele segurou a mão dela e a apertou gentilmente.

— Eu só quero que ela seja feliz... — Carlos murmurou, com a voz baixa, mais calma agora. — Eu só quero ser o melhor pai para ela, mas sempre parece que estou errando.

Sn deu um beijo suave no cabelo dele, acariciando-o com ternura.

— Você já é o melhor pai, Carlos. Ninguém é perfeito, mas o amor que você tem por ela é mais do que suficiente. Ela sabe disso, e você também. — Sn disse, sua voz cheia de confiança e doçura.

Carlos se virou para ela, e, por um momento, ficou apenas observando seus olhos. Ele sentiu um calor no peito, um alívio em saber que não estava sozinho em tudo isso. Sn sempre esteve ali para apoiá-lo, para lembrá-lo do quanto ele era importante, e isso significava o mundo para ele.

— Obrigado por sempre me acalmar, Sn... — Carlos disse, com um sorriso suave, seus olhos se suavizando. — Eu não sei o que faria sem você.

Sn sorriu de volta, seu sorriso cheio de amor e compreensão.

— Eu estarei sempre aqui para você, Carlos. Sempre. — ela respondeu, acariciando o rosto dele com ternura.

Eles ficaram ali, abraçados na cama, sentindo o aconchego um do outro. A culpa de Carlos estava diminuindo aos poucos, e ele sabia que, com o apoio de Sn, ele poderia ser o pai que Maitê merecia. Juntos, eles enfrentariam qualquer desafio, e nada poderia os separar.

O silêncio se instalou na sala, e os dois, finalmente em paz, adormeceram juntos, sabendo que, apesar dos erros e das falhas, o amor que eles compartilhavam era mais forte do que qualquer tristeza.

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