Suíte N°150

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Cinco dias depois...

Rodolffo despertou mais cedo que o convencional e ouviu o barulho do chuveiro. Juliette estava tomando banho.

Ele sentou-se na cama e logo ela saiu do banheiro envolta de uma toalha.

- Bom dia meu amor. - ela disse sorridente e ele ficou a olhando. - Tudo bem?

- Está tomando banho tão cedo... Onde vai?

- Trabalhar... Acabou minha licença querido.

- Não precisa mais fazer isso. Não é necessário trabalhar.

- Amor... Eu preciso. Eu estou bem e você também está, que conversa é essa?

- Eu não quero que você saia para trabalhar. Nós não precisamos meu amor. Eu já te disse que não é necessário.

Juliette ficou contrariada.

- Eu sempre trabalhei. Você me conheceu trabalhando...

Essa última frase fez Rodolffo levantar da cama.

- Não toque mais nesse assunto. Você é minha esposa e a mãe do meu filho. Não recorde o passado.

- Você tem vergonha do nosso passado? Devia ter pensado nisso antes de casar comigo.

- Eu não tenho vergonha, mas não aceito que relembre o seu antigo trabalho.

- Eu sou advogada. Eu tenho compromissos. Não posso abandonar os meus clientes, por tanto vou trabalhar. Se você estivesse doente, com certeza não iria, mas tudo está bem e vou seguir em frente com a minha vida.

- Então vou para a casa dos meus pais.

- Eu já te disse que não quero morar com eles. Você está bem. Aqui é confortável também e não sei que implicância existe com esse apartamento. Mas fique a vontade.

Rodolffo não disse mais nada. Foi até o banheiro e viu Juliette se arrumar. Ela tinha feito a primeira refeição do dia e tudo estava posto na mesa. Ele resolveu ficar no apartamento.

...

Juliette trabalhou apenas quatro horas naquele dia, mas deu conta de tudo. Antes de sair do escritório, Matheus foi conversar com ela.

- Como está o meu filho?

- Rodolffo está ótimo dentro do possível.

- Vocês não vão voltar a morar conosco?

- O meu apartamento não é uma mansão, mas lá estamos bem.

- Rodolffo precisa ir buscar o carro dele.

- Temos o meu e ele não deve dirigir agora, então não há problema em ficar na sua casa.

- Ele vai se sentir muito preso.

- Acho que o senhor deveria dá alguns processos para o Rodolffo ler e estudar um pouco. Isso é bom, mas ele não me ouve.

- Ele se sente muito cansado.

- Tudo bem que se sinta, mas ele tem que se esforçar doutor Matheus.

- Estou vendo que já há problemas entre vocês...

- A convivência humana é difícil... Não se preocupe doutor Matheus.

Juliette voltou para casa e passou no mercado antes. Ela estava pensativa e mais racional. Até ser surpreendida por Amanda.

- Juliette... Oiiiie.

Amanda era sua enteada e elas eram bem próximas, mas depois do falecimento do seu marido a relação esfriou.

- Você está linda Juliette. Que alegria vê você.

- Amanda... Estou bem e você?

- Estou bem também. - ela percebeu a aliança na mão de Juliette. - Você casou?

- É... Eu casei. Vai fazer uma semana.

- Ah que bom. Eu fico feliz por você.

- Estou grávida Amanda. Seu pai e eu também planejamos um filho um dia, mas nunca veio.

- Tudo bem. Com certeza veio no momento certo e com a pessoa que vai poder criar o bebê com você.

- É isso que eu mais quero.

Juliette se pôs a chorar e foi amparada por Amanda.

- Ôh... Não chore. Por favor não Juliette.

Amanda ouviu sobre a doença de Rodolffo e entendeu os medos de Juliette. Muito empática, foi ela quem levou Juliette em casa.

Rodolffo estava ali e não gostou nada da visita surpresa.

...

- Amanda, esse é o meu marido, o Rodolffo. Meu amor, essa é a Amanda, minha enteada.

Ele abanou a cabeça e Amanda ficou claramente sem graça. Se despedindo em seguida de Juliette.

- Por que você está agindo assim? - Juliette disse fechando a porta.

- Eu não quero nenhuma ligação com essa gente. Você é minha agora.

- Sua o quê? Prisioneira? Você sempre foi um anjo comigo, o quê te fez mudar nessa manhã?

- Eu não sei quanto tempo tenho e se ele for pouco, não quero perder a oportunidade de estar contigo e com o nosso filho.

- Não é isso. Não é... Você está com ciúmes, insegurança, mas não é por que eu vendi meu corpo que eu sou uma leviana. Nunca fui assim e nunca te trairia. Acredita em mim Rodolffo ou então isso não vai dá certo.

Juliette deu o ultimato e Rodolffo absolveu a mensagem.

...