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Sunghoon apertou a mão do investigador de incêndios premeditados.

– Obrigado. Fico aguardando o seu relatório por escrito.

O homem assentiu, enquanto relanceava os restos carbonizados dos campos.

– Nunca vi coisa igual. Parece até que explodiram aqui uma espécie de bomba nuclear. Sinceramente, ainda não sei o que colocar em meu relatório.

Sunghoon acompanhou com o olhar o homem enquanto se dirigia ao furgão e partia.

– Voltará para a delegacia de polícia? – Perguntou Somi, entrando na viatura policial.

– De imediato, não. Preciso ir ao outro lado da cidade.

Somi acenou para ele e arrancou.

Quando ficou só, Sunghoon respirou fundo. O cheiro do incêndio continuava penetrante, mesmo dias depois.

Ao se dirigir para o carro, baixou a vista e olhou os sapatos. Parecia que tinham mudado de cor devido à grande quantidade de cinzas que cobria o lugar. Mais pareciam cinzas vulcânicas do que qualquer outro resíduo que costuma resultar de um incêndio normal.

Assim como o investigador, também era a primeira vez que ele via um incêndio daquele tipo.

Sunghoon se colocou ao volante, introduziu a chave na ignição e pôs o carro em movimento. Dirigiu cerca de 12 quilômetros para o leste, até uma das zonas residências da cidade. Um conjunto residencial bastante simples surgiu no horizonte, com seus prédios que lembravam ervas-daninhas urbanas, nascidas de um solo de concreto e asfalto.

Parou em frente de um deles e estacionou. Desligou o motor. Demorou ainda um bom tempo para se forçar a sair.

Enchendo-se de coragem, dirigiu-se à entrada principal. Um casal que saía segurou a porta aberta para ele. Depois de subir três andares e percorrer um corredor de paredes amarelas, encontrou a porta que procurava.

Bateu, mas não esperava que respondessem.

Demorou só um instante para forçar a fechadura. Escancarou a porta.
Fechando os olhos, respirou fundo. Se ela estivesse ali já teria lhe respondido, mesmo que fosse para mandá-lo embora.

Mas não custava tentar uma ultima vez.

– Minjeong? – chamou em voz alta.

Fechou a porta atrás de si. O sofá estava coberto com os artigos da Printed Dreams da semana anterior. Havia algumas contas sobre a mesa. Na cozinha, havia pratos na pia. E alguns utensílios sobre a bancada.

Dirigiu-se ao quarto. Tudo que encontrou foi a cama com os lençóis feitos e algumas roupas no guarda-roupa.

Deteve-se junto à janela. Estava fechada. Seu coração começou a bater com força.

Quantas vezes havia repetido esses passos na última semana? Quantas vezes fora a editora apenas para confirmar que ela pedira demissão do trabalho?

Durante todo esse tempo, alimentou uma falsa esperança. Mas era chegada a hora de encarar a realidade e desistir.

Kim Minjeong havia desaparecido. E ele não sabia se voltaria a vê-la.

\[...]

Um Audi R8 virou na estrada a poucos metros de distância, desacelerando com um rugido baixo enquanto parava no estacionamento da zona marítima de Seul. Era início da tarde e iates com velas brancas passavam devagar pela água enquanto uma brisa calma pairava pelo o ar.

Minjeong saiu pelo lado do condutor e caminhou ao redor do capô. Usava uma das jaquetas que confiscara de Jimin e uma camisa preta. Seus longos cabelos claros caiam sobre seus ombros, livres. Ela tinha uma expressão despreocupada no rosto e sorriu um pouco quando Ningning se juntou a ela.

Moonless Night - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora