18. Uma hora.

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Hello!

Estar sentada diante meu pai é torturante

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Estar sentada diante meu pai é torturante. Eu sabia que quando ele viesse as coisas ficariam piores, sabia que vê-lo pessoalmente ativaria todos os tipos possíveis de gatilhos dentro do meu coração outra vez, e eu me sinto paralisada todas as vezes que ele olha pra mim e a única coisa que sou capaz de enxergar em seus olhos é desprezo, nojo. Meus pais sempre foram contra a minha sexualidade, isto de fato causa brigas a muitos anos dentro de casa, desde que eu ainda tinha a idade da minha irmãzinha. Win atualmente tem nove anos, mas ela está tão mocinha que quase não a reconheci quando a vi. Quase não a vejo diariamente... é complicado conciliar as duas coisas quando se está em uma turnê mundial, mas eu queria muito ser tão próxima dela como costumava ser antigamente.

Win está parada no canto da sala com o celular dela na mão, mas seu olhar está atento sobre o que está acontecendo aqui, e eu consigo notar a preocupação em suas pupilas. Desde que Winnie nasceu, meus pais a tratam exatamente como faziam comigo, da mesma forma grotesca de querer o tempo todo que a gente entre no mundo da fama. Eu pensei que por eu ter me tornado cantora eles a deixariam em paz e ela poderia ser apenas uma criança, mas não é bem assim, eles insistem em enxergar apenas a porra do dinheiro além de todo o resto.

— Você é adulta, Lalisa. Precisa acordar pra porra da vida e começar a agir como uma! — ele grita, ignorando completamente o olhar assustado da minha irmã bem atrás dele — caralho.

Fico olhando pra ele em silêncio, completamente paralisada. Eu sempre tive voz ativa quando algo me incomoda, mas com meus pais eu não consigo abrir a boca... eu não consigo. Meu peito dói com tanta pressão que eles colocam em cima de mim, agindo como se eu fosse uma boneca de cera perfeita e que precisa ser assim cem por cento do tempo, sem erros ou falhas, sem fracassos... e isso dói, porque a cada vez que eu erro alguma coisa, meu coração se despedaça ainda mais.

— Eu sei, pai — sussurro, ainda paralisada. Ele continua olhando pra mim com raiva, então puxa o celular do bolso e aponta para a imagem que mesmo sem ver eu já imagino perfeitamente bem o que seja — e sobre essa porra aqui, Lalisa... eu juro por Deus que se você aparecer mais uma vez em um site de fofocas com alguma garota, eu te coloco de volta naquela clínica e você vai permanecer naquele lugar por um bom tempo! Está escutando?

Win abaixa a cabeça, temendo o tom de voz autoritário do nosso pai. Meus olhos pinicam, e mesmo inconscientemente, sinto lágrimas pingando em todo meu rosto.

— Sim, pai...

Ele abre a porta da sala e faz um sinal lá pra fora, e eu sei que está chamando a Jisoo. Prendo a respiração quando ela entra aqui e me olha com preocupação por eu estar chorando, mas rapidamente volta a olhar para o meu pai quando ele bate a porta sem um pingo de paciência ou consideração ao pessoal que está trabalhando lá fora e a fuzila com o olhar.

— Senhorita Kim, presumo que esteja ciente do que aconteceu essa semana — ele começa, e aos poucos a postura da Jisoo muda, mas ela não abaixa a cabeça em momento nenhum.

The Manager | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora