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𝐓udo parecia diferente. Nas ruas de Zaun, a sempre presente névoa de poluição parecia mais suave, com seu aspecto sombrio amenizado pelo zumbido quente das luzes de neon. As ruas estavam cheias de vida, como sempre acontecia, mas a noite dava um certo charme ao caos. O brilho das placas verdes e rosas refletia nos calçamentos úmidos, enquanto a cintilação ocasional de uma lâmpada com defeito enviava ondas de cor através de poças rasas.
Você caminhou lado a lado com Ekko, seus passos eram lentos e sem rumo, como se vocês dois tivessem todo o tempo do mundo. Não tinham, é claro. Como Zaun sempre tinha um jeito de lembrar você de que o relógio nunca parava de funcionar. Mas, neste momento, sob o turbilhão de luzes e o leve chiado das saídas de vapor, parecia que o tempo tinha parado só para vocês dois.
A mão de Ekko roçava na sua de vez em quando e, embora ele não fosse uma pessoa que iniciasse o toque com facilidade, dava para perceber que ele não se importava com a proximidade. Ele sempre teve esse jeito de ser frio sem esforço, sua arrogância e sagacidade faziam parecer que nada o perturbava. Mas você o conhecia melhor do que a maioria. Você via o peso que ele carregava, a pressão de ser um líder, um lutador e um garoto, tudo ao mesmo tempo. E esta noite, você estava determinada a lembrá-lo de como era ser apenas... ser.
"Você já pensou que Zaun é muito bonita à noite?", você pensou, quebrando o silêncio confortável.
Ekko olhou para você, com uma sobrancelha levantada, antes de olhar ao redor. "Bonita? Não sei se eu chamaria assim. É mais... arenosa com um pouco de brilho verde."
Você riu, cutucando-o de brincadeira. "Você é tão dramático."
"Diz aquela que está falando de forma poética sobre este lugar", respondeu ele, com um sorriso nos cantos dos lábios.
Você revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir. "Tudo bem, talvez eu esteja vendo tudo com óculos cor-de-rosa. Ou talvez eu apenas goste de andar por aí com você."
Isso lhe rendeu uma risada, um som baixo e caloroso. Ele enfiou as mãos nos bolsos, os ombros relaxando enquanto se inclinava para perto de você. "Bem, quando você coloca as coisas dessa forma..." Vocês dois vagaram por becos sinuosos e pontes frágeis, com o ar impregnado do cheiro de metal e óleo. De vez em quando, Ekko indicava um atalho que havia usado em uma de suas escapadas para dominar o tempo ou contava uma história sobre uma aventura com os Firelights.
Mas então ele a conduziu por um caminho estreito que você não havia notado antes, com os dedos dele roçando os seus brevemente para guiá-la. No final do caminho, você entrou em um belo oásis escondido. Um jardim no telhado, escondido da sujeira habitual de Zaun. A primeira coisa que você notou foram as luzes. Cordas de lanternas incompatíveis cruzavam o espaço, lançando um brilho suave e dourado sobre tudo. Pequenas luzes de fadas estavam entrelaçadas nas videiras que subiam em treliças improvisadas, com seu brilho quente como pequenas estrelas na noite. As plantas em si eram uma mistura de vegetação rasteira e flores surpreendentemente vibrantes, cujas cores se destacavam contra os tons suaves da cidade abaixo.
