99 - Max Verstappen

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"Às vezes, a coisa mais difícil e a coisa certa são a mesma

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"Às vezes, a coisa mais difícil e a coisa certa são a mesma."

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A noite de Las Vegas parecia um sonho. As luzes vibrantes e a energia incessante da cidade contrastavam com a tensão que pairava no ar. Cada volta no circuito era crucial, cada decisão nossa nos aproximava do objetivo final. E eu, Sn, sabia que esta noite poderia ser mais do que apenas o fechamento de uma temporada brilhante.

Max Verstappen estava prestes a se consagrar tetracampeão mundial. Mas, para mim, ele era mais do que apenas um piloto excepcional. Durante o ano, dividimos não só estratégias e dados técnicos, mas também momentos intensos, silenciosos e, às vezes, cheios de algo que nenhum dos dois ousava nomear.

— Posição confirmada. Estratégia segura — minha voz soou pelo rádio, firme como sempre.

Do outro lado, sua resposta chegou carregada de profissionalismo, mas conhecendo Max como eu conhecia, era impossível não notar a hesitação quase imperceptível. Ele estava lutando, como sempre, mas algo mais pulsava naquela corrida: a necessidade de encerrar o campeonato de forma memorável.

Enquanto o clima fresco do deserto envolvia o circuito, observei sua performance com uma mistura de orgulho e ansiedade. Max não precisava vencer para levar o título, mas isso não o impedia de arriscar. Em cada curva, em cada ultrapassagem, meu coração parecia saltar um pouco mais. Não era só trabalho; havia algo mais. Algo que eu negava sentir, mas que, naquela noite, parecia impossível ignorar.

Quando ele cruzou a linha de chegada em quinto lugar, garantindo o campeonato, o pit wall explodiu em comemoração. Apesar do resultado, o título era dele. Nossos cálculos, estratégias e, acima de tudo, o talento de Max haviam prevalecido.

— Bom trabalho, equipe. Bom trabalho, Sn — ele disse no rádio, sua voz carregada de emoção contida. Mas era o tom como ele disse meu nome que me fez congelar por um segundo.

Após as comemorações iniciais, fui para os bastidores ajustar os últimos detalhes técnicos. Ainda estava tentando acalmar meu coração acelerado quando Max entrou na sala. Seu macacão estava sujo, o cabelo desgrenhado, mas ele carregava aquele olhar determinado que me desarmava toda vez.

— Você foi incrível hoje — ele começou, encostando-se à porta.

— Não fiz nada que não fosse minha função — respondi, sem olhar diretamente para ele.

Max riu, um som rouco que sempre fazia meu estômago dar voltas.

— Você nunca sabe aceitar um elogio, não é?

Levantei os olhos para encará-lo, pronta para responder, mas as palavras morreram na minha garganta. Ele estava mais perto agora, seus olhos me estudando com uma intensidade que fazia o mundo ao nosso redor desaparecer.

— Eu não teria chegado aqui sem você — ele continuou, a voz baixa, quase um sussurro. — Não é só trabalho, Sn. Você sabe disso.

Meu coração parecia bater mais rápido do que o motor de um RB20 em alta velocidade. Eu sabia que havia algo ali, algo que vínhamos ignorando há meses. Mas admitir significava complicar tudo.

— Max, não podemos misturar as coisas — murmurei, tentando soar firme, mas falhando miseravelmente.

Ele deu um passo para trás, passando a mão pelo cabelo em um gesto nervoso.

— Você tem razão — disse, embora sua expressão dissesse o contrário. — Mas isso não significa que seja fácil.

Por um momento, ficamos em silêncio, apenas o som distante das comemorações lá fora preenchendo o espaço entre nós. Max finalmente se afastou, mas não antes de lançar um último olhar na minha direção, carregado de algo que parecia uma promessa não dita.

Enquanto ele saía, deixei escapar um suspiro. Eu sabia que aquela noite mudaria tudo. Não só para Max, mas também para mim. Talvez o que tínhamos fosse inevitável, tão certo quanto o título que ele havia acabado de conquistar.

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