A todo Poder

capítulo 15

🥀Tate🥀

Eu queria me inclinar e colocar a mão na testa dele. Provavelmente, ele está com febre. Não é possível que Adam Woods esteja sendo atencioso comigo. Isso é estranho. De todas as vezes que o vi, ele sempre me dava patadas ou era grosso sem motivo. Mas, neste momento, ele parecia tão diferente...

—Obrigada. E me desculpa por dizer ao barman que era a sua noiva – digo, um pouco constrangida.

—Tanto faz, de qualquer jeito, todos vão saber. – Ele faz uma pausa e me olha, como se quisesse decifrar um código. Mas não diz nada, apenas fica me encarando, até que, por fim, toma a palavra.

—Já tomou café?

Foi um susto vê-lo se importando com coisas tão banais, como se eu já tivesse tomado café.

Eu não sabia o que responder àquela pergunta: sim? Não? Talvez? O que eu diria? Sabia a resposta, mas não sabia como respondê-la.

Por falta de resposta, ele se levanta e pega as chaves do carro.

—Foi o que eu pensei. Venha comigo.

—O quê? Pra onde?

—Ué, tomar café, porra. – E lá estava o Adam que eu conhecia. Reviro os olhos.

Bem-vindo de volta, cuzão – penso.

—Vai querer ir ou não?

—Vou. Mas e as minhas coisas?

Adam olha incrédulo para minhas malas cor-de-rosa.

—Deixa aí que depois eu mando meus homens pegarem.

—Dizendo assim, você parece até o Poderoso Chefão. – digo, passando à sua frente, na porta.

—Ah, já ouvi muito isso. Acredite.

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              Oh, meu Deus...

Quando você me chamou para tomar café, eu pensei em uma lanchonete... E NÃO numa mansão gigante pra caralho!

Olha a boca, porra. – Ele me repreende, ou tenta.

—Olha esse lugar. Eu nem estou com roupa adequada.

Vejo suas mãos enormes ao volante. Nunca imaginei que veias em mãos masculinas seriam tão atraentes. Me contento com a vista, mas minha mente... Claro que não pude deixar de imaginar aquelas mãos segurando meus seios enquanto seu cheiro me tomava.

Um susto com a buzina me acorda do surto.

Está no cio, Elizabeth? – pergunto a mim mesma.

—VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO? – Ele grita.

—Não, o que você disse? – Ele bufa e repete.

—Essa aqui será sua casa nos próximos seis meses.

Ao estacionar em frente à entrada, alguns homens com pistolas na cintura abrem as grandes portas para nós dois. Alguns o chamam de "senhor" e outros o tratam com um respeito maior que o de uma criança com seus pais.

A dúvida toma meu corpo. Como um homem tão poderoso poderia estar sofrendo ameaças? Com tantos seguranças, Adam ainda precisa se casar para se sentir seguro?

A verdade é que eu não me importava. O que estou fazendo é um trabalho como qualquer outro. Diferente, é claro, mas não queria saber muito sobre a vida de Adam. Pois, assim que os seis meses terminassem, eu nunca mais teria que vê-lo. E essa é a segurança que tenho para seguir em frente com tudo isso.

E eu poderia me divertir enquanto isso.

Entro e fico apaixonada   pelo   local.

Olhando para a mansão, vejo detalhes de bronze e cortinas longas na cor creme, coisas lindas que só tinha visto em filmes e séries de TV. Eu poderia fingir que estava de férias, em férias de faz de contas, durante esses meses.

—Ai, meu Deus, meu bebê está de volta! – Uma senhora, vestida de doméstica, corre e abraça Adam.

Eu sabia que sua mãe já havia falecido, graças às breves conversas infelizes com Benjamin, mas ver Adam abraçando uma das empregadas da mansão o torna mais "humano".

—E você deve ser a Tate. Oh, minha querida, seja bem-vinda à nossa casa! Eu me chamo Nanci, mas pode me chamar de Nana. Bem, o Danzinho me chama assim desde que era um menininho.

—NANCI! – Danzinho a repreende, enquanto nós duas rimos.

Parecia que tudo poderia dar certo, mas o toque de realidade logo veio à tona.

Sinto a ardência no meu rosto, como se tivesse queimaduras do sol. Caio no chão sem entender o que estava acontecendo.

Eu tinha acabado de receber um tapa.

Óbvio. Nunca imaginei que seria uma traição, mas quando vejo Benjamin parado com os braços atrás de... meu pai.

Porra. Ele me entregou para o meu pai.

Porra. Meu irmão me entregou para o homem que mais me odeia.