O Jogo Começa

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Raven

A tensão entre mim e Damian era quase insuportável desde o dia no ginásio. A descoberta de que estávamos sendo observados adicionou uma nova camada de urgência, misturada com o desejo que, apesar de tudo, não podíamos ignorar.

Naquela manhã, acordei com a sensação de que algo estava prestes a mudar. Uma mensagem vibrava no meu celular:

"Encontre-me no galpão abandonado, 18h. Precisamos resolver isso."

Revirei os olhos para o tom autoritário. Ele sabia que eu odiava ser mandada, mas meu corpo parecia reagir antes que minha mente pudesse intervir. Algo sobre ele tinha essa capacidade de me desarmar.

Quando o relógio marcou 17h50, eu já estava a caminho. O galpão ficava na periferia da cidade, um local que antes abrigava festivais e agora era um espaço esquecido, perfeito para encontros clandestinos.

Empurrei a porta enferrujada e o vi encostado contra uma das vigas, com as mãos nos bolsos da jaqueta. Seu cabelo bagunçado caía sobre a testa, e o jeito despreocupado só servia para aumentar minha irritação.

- Você sempre escolhe os melhores lugares - comentei, o sarcasmo escorrendo na minha voz.

Damian levantou o olhar, um sorriso lento se formando.
- E você sempre aparece, apesar disso.

Revirei os olhos, mas não consegui evitar um pequeno sorriso.
- O que você quer, Damian?

Ele caminhou em minha direção, os passos ecoando pelo espaço vazio.
- Quero descobrir quem está por trás disso, e quero você comigo.

- Por que acha que eu vou confiar em você para resolver isso? - perguntei, cruzando os braços.

Ele parou a poucos centímetros de mim, o olhar fixo e desafiador.
- Porque eu sou a única pessoa que sabe exatamente como você está se sentindo agora.

Meu coração batia acelerado, mas mantive o rosto impassível.
- E o que exatamente você acha que eu estou sentindo?

- Confusão. Raiva. E algo que você insiste em negar - ele respondeu, aproximando-se ainda mais.

Senti meu corpo reagir ao calor dele. Era irritante como Damian parecia conhecer cada ponto fraco que eu tinha.
- Você é insuportável, sabia?

- E você é fascinante - respondeu ele, sem hesitar.

Antes que pudesse me afastar ou retrucar, ele segurou meu rosto com uma firmeza cuidadosa e me beijou. Foi um beijo diferente dos outros não havia pressa, apenas uma profundidade que fez meu corpo inteiro se render.

Suas mãos deslizaram lentamente para minha cintura, me puxando contra ele, enquanto os lábios dele exploravam os meus com uma intensidade controlada, mas devastadora. Minha mente gritava para que eu parasse, mas meu corpo tinha ideias diferentes.

- Damian - murmurei, interrompendo o beijo por um segundo, sem fôlego.

- Diga para eu parar - ele sussurrou contra minha pele.

Eu não disse nada. Em vez disso, puxei-o de volta, deixando claro que não queria que ele parasse.

As mãos dele deslizaram para minhas costas, explorando com cuidado e urgência. Sentia a textura da jaqueta contra minhas mãos enquanto segurava seus ombros, buscando algum tipo de apoio enquanto o calor entre nós aumentava.

Mas então, um ruído alto quebrou o momento.

Damian congelou, os olhos imediatamente indo para a porta.
- Estamos sendo seguidos - ele disse, a voz baixa e tensa.

Eu me afastei, tentando recompor minha respiração enquanto ele sacava uma pequena lanterna do bolso.
- Você tem certeza?

Ele assentiu, caminhando para a entrada do galpão com passos silenciosos. O som de passos apressados ecoava do lado de fora.

- Quem está aí? - ele gritou, mas a resposta foi o silêncio.

Corremos para o lado de fora, mas não vimos nada além da estrada deserta. Damian apertou os dentes, claramente irritado.
- Quem quer que seja, está se divertindo às nossas custas.

- E quanto à foto? - perguntei, sentindo o pânico crescer. - E se eles tiverem mais?

Damian olhou para mim, os olhos suavizando levemente.
-Vamos descobrir quem é antes que isso saia do nosso controle.

Eu queria acreditar nele, mas a sensação de que algo maior estava acontecendo não me deixava. E, de alguma forma, sabia que isso era só o começo.

De volta à minha casa, mais tarde naquela noite, não consegui evitar replayar cada momento entre nós no galpão. Minha cabeça dizia para manter distância, mas meu coração ou talvez algo mais primal não conseguia esquecê-lo.

Recebi outra mensagem enquanto tentava dormir:

"Durma bem, Raven. Ainda estamos juntos nessa."

Sorri, apesar de tudo. O jogo estava só começando, e, quer eu quisesse ou não, Damian era minha única constante nesse caos.

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Olhos que me PerseguemOnde histórias criam vida. Descubra agora