Colapsando

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Não sei ao certo, mas acredito que a partir de agora, A manifestação do Mal caminha para a reta final.
É isso, boa leitura! 🖤

                                  (...)

O mal é como uma doença que se espalha, sendo quase impossível de ser contido. Começou a longos anos atrás, com a mutilação de um grande número de animais de pasto e de rua.

Após isso, alguns desaparecimentos, onde as vítimas eram encontradas irreconhecíveis, faltando partes do corpo e alguns órgãos. Aquilo causou um terror sem precedentes na população, mas é claro que tinha uma forma de resolver e deter o mal que caiu sobre Aurora Celestina.

Alguns sacrifícios tiveram de ser feitos, mas Zacarias não se importava com o peso de suas decisões. Centenas de pessoas estavam vivas graças a ele, então ninguém poderia aparecer e apontar o dedo em sua cara, julgando-o.

— Senhor, estão mortos faz dias. Aproximadamente uma semana.

— Mas o que ocorreu aqui? — O olhar sério percorreu o ambiente que poderia se assemelhar a uma cena de crime, mas na verdade era algo pior e triste.

— Não foram assassinados. Não tem sinal de arrombamento, luta física ou que foram obrigados a se envenenarem. Tudo parece ter sido planejado, senhor.

Havia um casal de idosos deitados em sua cama, com as mãos dadas. Os olhos opacos e sem vida, encaram precisamente Caio e Zacarias, que estavam diante deles. Era uma cena terrível e Caio certamente teria pesadelos com o casal de idosos que por vocês cruzou e cumprimentou enquanto os via pelas ruas da cidade. Apelar para ceifar a própria vida é algo triste e o rapaz queria mesmo entender o que de fato aconteceu.

— Por Deus, que tragédia — encarou o policial, que estava na companhia de alguns agentes do IML. — Nem para terem um final de vida calmo e feliz. Que Deus possa perdoá-los por esse ato impensado e abominável.

— Engraçado. — Caio perdeu um pouco de sua cautela, usando a acidez numa situação nada favorável a ele. — Nós, que somos meros pecadores, não temos o direito de interferir na vida dos outros, mas…

— Não haja com prepotência, moleque. — Zacarias não elevou a voz, mas o tom de ameaça ainda estava ali.

— Senhor prefeito, vamos tirar os corpos do quarto. Podem se retirar?

Um dos agentes da funerária local chegou e pediu encarecidamente, já que pela expressão de Zacarias, o seu humor estava um completo lixo. Certamente seria desagradável com qualquer um que estivesse na sua frente.

— Ok. Você — apontou apenas para Caio. — Vem comigo!

— Claro, senhor.

O jovem negro e alto, se pôs a caminhar atrás de Zacarias com bastante calma. É muito fácil colocar tudo a prova quando os ânimos estão exaltados. Caio sabia que, independente do que ocorresse entre ambos, Zacarias faria respingar em Sheila, e não, ele não queria ver nada de ruim acontecendo a sua amada.

— O que deseja, senhor?

— Não seja estúpido! — Tocou no ombro dele, mas o que deveria ser um confortável conselho, tornou-se uma sutil ameaça. — A sua mãe pagou caro porque você foi fraco. Quer que o mesmo aconteça com você?

— Não fale da minha mãe! — Caio empurrou a mão de Zacarias. Tinha tanta repulsa que por pouco não se afastou.

— Está vendo? Você é fraco. É que nem a minha filha.

— Por que está falando dela? — Não entendeu bem, além de achar aquilo desnecessário.

— Porque eu sei que anda comendo aquela inútil — riu com um ar de malícia. — Pelo menos ela é bonita como a mãe. Que Deus a tenha.

A Manifestação do Mal Onde histórias criam vida. Descubra agora