Consigo segurar firme Eduarda, prendendo-a entre minhas pernas enroladas ao redor de seu tronco. Uso toda a força que me resta para virar a posição, ajustando meu braço ao redor do pescoço dela em um mata-leão firme e preciso.
Eduarda se debate com tudo o que tem, mas a adrenalina e o foco me guiam. Aperto com determinação, ignorando os socos erráticos que ela ainda tenta desferir no ar.
Não demora muito para sentir a batida apressada da mão dela no chão do ringue. Ela desiste.
O som da campainha confirmando o fim da luta ecoa ao meu redor, e sinto as lágrimas encherem meus olhos.
Eu ganhei.
Solto Eduarda imediatamente, observando-a ir até o treinador dela, ofegante e exausta. Fico ajoelhada por um momento, tentando assimilar o que acabei de conquistar. A adrenalina me domina, e, instintivamente, bato as mãos no ringue, como se precisasse descarregar a energia que ainda corre pelo meu corpo.
Tiro uma das luvas com pressa, arranco o protetor bucal e solto um grito de pura alegria.
Os aplausos, os gritos, a comoção ao meu redor... tudo parece pequeno diante do que sinto dentro de mim. Faz anos que não experimento essa sensação. Esse orgulho. Essa vitória.
Me levanto, os músculos cansados, mas o sorriso no meu rosto é maior que qualquer dor. Meus olhos encontram Marcelo, que abraça o resto da equipe, comemorando como se ele mesmo tivesse subido no ringue.
De repente, sinto meu corpo ser levantado do chão. A surpresa dá lugar a uma felicidade ainda maior quando vejo quem está me segurando.
Beto.
Ele me segura firme, o rosto iluminado por um sorriso orgulhoso enquanto gira comigo no ar.
— Você ganhou, meu amor! — ele diz, a voz carregada de emoção.
Meu coração parece que vai explodir. O cansaço desaparece por um instante, substituído por uma onda de amor e realização.
— Ganhei... Eu ganhei! — repito, a voz embargada pela emoção.
Sem pensar duas vezes, me inclino e o beijo, deixando que toda a emoção acumulada transborde nesse gesto. Nossas línguas se encontram em um frenesi caótico e desesperado, como se cada segundo daquele beijo fosse necessário para preencher tudo o que ficou pendente. Meus braços se enlaçam ao redor de seu pescoço, puxando-o ainda mais para perto, como se o mundo pudesse desaparecer ao nosso redor e restasse apenas nós dois.
O ar se torna escasso, e nos separamos, ofegantes. Abro os olhos e percebo um rastro de sangue em seu rosto — provavelmente dos meus machucados. Levo a mão até ele, limpando delicadamente com o polegar, mas nem tenho tempo para dizer algo antes que ele me puxe de volta para outro beijo, mais intenso, mais profundo.
E, nesse momento, o mundo para. Não há gritos, nem vozes, nem qualquer som além do ritmo acelerado de nossos corações. Estamos completamente imersos um no outro, como se nada mais importasse, como se a conexão entre nossas almas fosse a única verdade que existisse.
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Destinos Cruzados | Capitão Nascimento
FanficNa caótica e perigosa cidade do Rio de Janeiro, dois mundos colidem quando uma investigadora da Polícia Federal Helena é designada para liderar uma força-tarefa ao lado do Capitão Roberto Nascimento, do BOPE, para encontrar Maria Luiza Chagas, uma...