Satoru ultimamente tem passado muito tempo no trabalho.Não que isso me incomodasse tanto, eu não podia controlar o horário de trabalho dele. So me pertubava que ele nem sequer estava fazendo horários extras, como se o seu chefe estivesse empurrando trabalho nele porque sim.
Quanto a mim eu estava em ano sabático, pensando seriamente sobre a faculdade que brevemente iria cursar. Seria difícil mas nada que um tempo para pensar me proporcionasse isso, claro, se eu não estivesse preocupado com meu marido trabalhando de mais ao ponto de chegar em casa tomar banho jantar e dormir – mesmo tendo vezes que ele janta no caminho um fast food pois estã cansado o suficiente para conseguir jantar de minha comida –, eu mal vejo ele sair da cama, e eu não sou de acordar tarde, 7 da manhã estou de pé. Nas folgas ele passa quase 12 horas dormindo e isso já está me preocupando.
Por tanto estive em casa, relatei tal problema a Shoko, uma velha amiga, ela me aconselhou conversar com ele quando puder.
Eram quase 8 da noite, e por mais que eu soubesse que Satoru não chegaria esse horário, eu ainda ansiava pela sua entrada.
Já eram 9 horas e eu simplesmente desisti. Organizei a cozinha que havia sido relativamente bagunçada pelo preparo da janta. O prato que ainda iria ser feito para Satoru estava guardado nos recipientes, mas possivelmente iria se estragar até amanhã, mas eu mal consegui comer o meu por falta de fome.
Eu respirei fundo e questionei se deveria jogar fora, mas meus pensamentos foram interrompidos pelo som de porta se abrindo, e dela vindo uma voz tão familiar que fez meu coração pular por um segundo. Eu dei passos apressados até a sala, de certa forma sem acreditar. Satoru estava ali.
— Suguru, meu príncipe. – Seu tom foi caloroso, mas cansado, me tirou um sorriso singelo mas com carinho.
Me aproximei do maior e o abracei com força, ele largou sua bolsa no chão e retrubuiu meu abraço com a mesma intensidade, eu enfiei meu rosto entre seu pescoço e seu ombro, sentindo o cheiro raso do perfume que provavelmente havia colocado de manhã.
Depois de um tempo – da qual nem fiz questão de contar – nos afastamos agora olhando de frente a frente, Satoru depositou um beijo na minha testa e em seguida um na minha bochecha. Ele sempre gostou dessa demonstração de carinho, toque físico, ele me toca e faz carinho em mim como se em outra realidade ele nem tivesse a oportunidade, é fofo.
— Satoru...
— Hum? – Eu o chamei e ele respondeu enquanto mexia na minha franja e agora olhava em meus olhos.
Aqueles olhos cansados me olhavam com ternura, e eu desejei dizimar todos os motivos de sua dor.
— Precisamos conversar.
Satoru assentiu, seu semblante não mudou mas eu senti ele ficar rígido, tinha medo de algo, mas eu não vou apontar isso nele.
Ele concordou com a cabeça, segurei em sua mão e o levei para o sofá e ele se sentou. Eu me ajoelhei a sua frente e comecei a tirar seus sapatos. Era um hábito que eu tinha, eu fazia questão por isso mesmo que ele negasse, eu gostava de fazer as coisas por ele enquanto ele está cansado.
— Você anda trabalhando muito, estou preocupado, e com saudades.
Eu ouvi uma risada leve vindo do mesmo. Eu sabia que ele ria em situações diversas, e nervosismo não era excluído.
— Eu vou falar com meu chefe amanhã sobre isso, está me matando.
Eu me levantei enquanto tirava sua gravata e abria seu cinto e os botões de sua calça.
— Se quisere faço questão de dar um trato nele.
— Meu amor, não precisa, hoje eu tive sorte de conseguir chegar mais cedo. Vem senta aqui.
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Trabalhando de mais | Satosugu
RomanceSatoru um homem esforçado que passa muito tempo no trabalho, tendo cada vez menos tempo para a rotina em casa, acaba incomodando seu parceiro que sente falta do calor matinal de acordar e ver seu marido ainda na cama todas as manhãs.