Capítulo sete: Tentações

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Rose Maeve

Eu agitava o secador acima da cabeça de Mr. Crawling, tentando acelerar o processo de secagem. Meu rosto ainda queimava ao lembrar da situação constrangedora de minutos atrás. Na pressa, acabei dando uma cotovelada em seu braço, conseguindo finalmente me livrar de seu aperto e sair da banheira.

— Ai, desculpa! Você se machucou, Mr. Crawling? — Perguntei, preocupada, ao vê-lo abaixar a cabeça como se estivesse triste. Mas ele logo se endireitou quando prometi que ficaria até ele terminar o banho.

Minhas mãos tremiam levemente enquanto balançava o secador. Ele me observava pelo reflexo no espelho, e mesmo com a franja cobrindo parte de seus olhos, eu sentia aquele olhar intenso atravessando meus pensamentos. Cada vez que o vento do secador fazia sua franja voar, eu tinha certeza disso.

Passei um bom tempo tentando secar seu cabelo, que parecia interminável. Ele estava sentado na cadeira da minha escrivaninha, e seus fios compridos chegavam até o chão. Eu evitava olhar de seu pescoço para baixo, pois ele usava apenas um roupão que lhe emprestei — um roupão que, em seu corpo grande, mais parecia uma camisa curta, expondo boa parte de seu peitoral. Para piorar, a calça folgada de dormir que arranjei para ele ainda parecia apertada. Por que diabos ele é tão grande?, pensei, mordendo o lábio sem perceber.

Finalmente desliguei o secador ao notar que seus cabelos estavam secos. Peguei um pente e comecei a alisá-los com cuidado, sentindo a textura macia sob meus dedos.

— Seu cabelo é tão bonito, anjo... Combina com você. — Disse, minha voz mais baixa do que esperava.

Ele sorriu com as bochechas levemente coradas, inclinando a cabeça para trás de um jeito estranho. O movimento fez um som seco, como se ossos estalassem, mas ele parecia indiferente. Sorri de volta, tentando não demonstrar meu desconforto, e coloquei o pente sobre a escrivaninha.

Amarrei seu cabelo em um rabo de cavalo baixo e frouxo, admirando como os fios negros brilhavam sob a luz.

— Essa roupa está confortável? Parece muito apertada. — Perguntei enquanto segurava sua nuca, inclinando sua cabeça para frente novamente. Minhas mãos desceram instintivamente para seus ombros, tentando relaxá-lo.

Ele negou com a cabeça e deu uma risadinha baixa.

— €∆ዐ ቿ §4ዐ ዪሁጎπ. (Não é ruim.) — Respondeu com seu tom peculiar, que sempre me fazia sentir uma mistura de curiosidade e conforto.

— Mesmo assim, você precisa de roupas novas... Não dá para viver com aquele vestido todo picotado. — Me inclinei para frente e deixei um beijo leve em sua nuca, acariciando suavemente com a mão logo em seguida. — A menos que você queira continuar usando ele... — Acrescentei, tentando soar casual, embora minha escolha de palavras tenha saído meio desajeitada.

Ele riu baixo, balançando a cabeça de forma quase automática. Não fazia ideia se estava concordando comigo ou apenas reagindo por hábito. Com Crawling, nunca dava para saber.

Um bocejo escapou dos meus lábios, o cansaço finalmente pesando sobre mim. Tudo o que eu queria agora era dormir profundamente e torcer para não ter mais pesadelos esta noite.

— Vamos dormir. Amanhã eu tenho que trabalhar cedo. — Murmurei, desanimada, dando um tapinha leve no ombro dele antes de me arrastar até a cama.

Me enfiei debaixo das cobertas, sentindo o tecido macio contra minha pele. Era reconfortante.

— Crawling, apaga a luz pra mim, por favor. — Pedi casualmente, virando de lado para encarar o teto enquanto a exaustão tomava conta.

Ele acenou com a cabeça, descendo do banco de forma fluida e rastejando pelo quarto até alcançar o interruptor próximo à porta. Logo a luz se apagou, mergulhando o ambiente na penumbra.

O silêncio tomou conta, exceto pelo som característico de Crawling se arrastando de volta em minha direção. Senti o colchão afundar levemente quando ele subiu na cama. O colchão afundou mais quando Crawling se acomodou ao meu lado. O calor do seu corpo parecia irradiar através da penumbra do quarto.

— Boa noite, Crawling. — Murmurei.

Ele não respondeu com palavras, apenas se inclinou lentamente para mais perto, sua respiração morna roçando contra meu rosto. Me virei de lado instintivamente, e foi então que senti seus dedos longos roçarem de leve em meu braço, quase hesitantes, mas firmes o suficiente para me fazer arrepiar.

Seus dedos deslizaram para meus ombros e ele se aproximou mais, até que seu corpo estivesse quase colado ao meu. Aquele espaço pequeno entre nós parecia insuportavelmente quente. O cheiro dele, uma mistura sutil do sabonete de morango com seu cheiro natural, invadiu meus sentidos, fazendo minha mente girar.

Antes que eu pudesse reagir, senti seus lábios pressionarem suavemente os meus, quase como uma carícia. Sua mão subiu dos meus ombros até meu rosto, segurando-o com uma gentileza que contrastava com seu tamanho.

Senti meu rosto queimar. Eu não sabia se era nervosismo, desejo ou puro constrangimento. As pontas dos seus dedos traçaram a linha do meu maxilar, e ele se inclinou devagar, como se me desse a chance de recuar.

Mas, dessa vez, eu não recuei.

Levantei a cabeça do travesseiro e, em um movimento lento e deliberado, passei meus braços ao redor do pescoço dele, sentindo a textura fria e rígida de sua pele contra os meus dedos. Uma das minhas mãos desceu até a barra do roupão, afastando o tecido delicadamente, revelando mais de seu peitoral pálido e marcado. Como sempre, sua pele estava fria, mas agora parecia tremer, como se ele não soubesse como reagir.

Um sorriso escapou dos meus lábios ao notar sua hesitação. Deixando minha vergonha de lado, deslizei meus dedos pelo contorno de seu peito até alcançar seus mamilos, apertando-os levemente em um gesto provocativo. Ele se sobressaltou e segurou minha mão com firmeza, sua hesitação óbvia em cada movimento.

— Rose? — Sua voz saiu baixa e arrastada, carregada de confusão,sem saber o que fazer.

Eu parei por alguns segundos, como se ele realmente não entendesse o que estava acontecendo ou o que deveria sentir. Suas mãos tremia sob a minha, e por um momento me perguntei o que se passava em sua mente.

— Calma... — Murmurei suavemente, aproximando meu rosto. — Eu nunca te machucaria.

— ክ€§ዐ ቿ ጎነነዐ∆ (Não é isso). — Mr. Crawling murmurou, a voz abafada enquanto seu corpo se contorcia de forma inquieta.

Estranhei seu comportamento até sentir algo rígido contra minhas pernas. Foi só então que percebi a verdadeira razão de seu desconforto, e instantaneamente senti meu rosto queimar. Se pudesse, teria me transformado em um pimentão ambulante naquele momento e teria enterrado minha cabeça na terra.
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Tô pensando em criar uma fanfic com Mr. Silver tbm kk o que acham?

O próximo capítulo será um pouco fogoso demais kk Se esse tipo de conteúdo não for do seu agrado, recomendo pular para os capítulos seguintes :P

Não foi revisado.
Continua.

Coração Marcado | 𝗛𝗼𝗺𝗶𝗰𝗶𝗽𝗵𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora