Amor Sem Fim -Morrilla

Coney Island (O Passeio). Capítulo 35

Eu não podia acreditar no dia maravilhoso que estava vivendo, há tempos não me sentia tão feliz. Eu estou definitivamente vivendo, pois é diferente de estar viva. Estar vivo muitas vezes implica apenas na subsistência e viver é sentir, tocar, ver o mundo, os animais e as pessoas de várias formas. É conviver com o fato de que você interage e muda vidas, histórias, momento, que você também se transforma em uma borboleta e voa livre para completar sua jornada.

Depois de sairmos da Ponte, fomos para o park de Coney Island. Um lugar que nunca imaginei ir tanto pela exaustiva rotina de trabalho quanto por ter meus receios. Lana entrelaçou nossas mãos e saímos nos perdendo naquele mundo de pessoas e cores. Acho que posso ver minha cara de criança encantada com algo tão simples, porém significativo.

Distrito (borough) -Coney Island
(LUNA PARK)

Coney Island é um bairro de Nova York situado no sudoeste do Brooklyn, que é conhecido pelo parque de diversões Luna Park, a Wonder Wheel e o New York Aquarium. Na realidade, é uma península com 60.000 habitantes e boa parte dela consiste em uma grande praia com um calçadão.

-Parque sem brinquedo é só um amontoado de tédio. Precisamos de adrenalina. -Diz com aquele sorriso travesso me puxando em direção a Montanha Russa.

-Nao sei não, Pequena. -Falei achando aquilo magnífico e ao mesmo tempo assustador. É, faz muitos anos que eu fui em um brinquedo desses. Engoli a seco e acompanhei minha morena comprar os tickets para varios brinquedos e lugares.

-Você era comigo, Honey, relaxa que eu vou estar do seu lado. -Avisa dando um daqueles sorrisos grandiosos que desmonta qualquer um.

-Se eu morrer, venho puxar seu pé a noite. Rsrsrs.

Minutos depois estávamos na Montanha Russa Cyclone, aquilo tinha 100 (cem) metros de altura. Meu coração tava acelerado, minha respiração pesada, sim, eu estava tensa. Lana notou algo, provavelmente minha aparência e entrelaçou nossas mãos. Segurou firme. E lá estávamos nós em uma corrida maluca e bastante alta. Eu sentia o vento bater forte em meu rosto e bagunçar meu cabelo de um lado pro outro. De repente foi diminuindo em certa altura e lá estávamos nós de novo, no topo. Por uma fração de segundos me maravilhei com aqueles olhos negros exalando felicidade. Este será um dos momentos que eu irei gravar pra sempre em minha memória e coração.
E descemos a toda velocidade. Todo mundo gritando. O céu azul límpido parecia de mover rápido assim como tudo ao redor. Mais alguns minutos e já estávamos no chão. Fomos liberados. Lana se livrou das travas de segurança primeiro e eu senti meus pés fixos naquele brinquedo. Estava recuperando minha respiração e minha cabeça parecia estar voltando ao lugar e minha visão a focar na realidade. Senti as mãos da minha companheira me livrar do cinto...

-Jen? quer ir outra vez? -Disse burlesca. Tentei sorrir e ela me ajudou a sair do brinquedo.

"Bhur"

E essa foi a única resposta que dei. Sim, eu coloquei todo nosso almoço e lanche pra fora. Senti o suor frio descer por minha testa. Quando me livrei daquela sensação horrível, olhei para o homem responsável e baixei a cabeça, morta de vergonha.

-Des-cul-pa?! -Foi a única coisa que minha vergonha me permitiu falar.

-Que isso, menina, acontece. Agora põe aquele sorriso lindo de quando chegou com sua amiga e eu ficarei feliz. -Disse o senhor simpático.

Então senti os braços da minha morena me abraçar pelos ombros e sorri sem querer para aquele senhor tão gentil e alegre. Acenamos nos despedindo e saímos do brinquedo...

-Acho melhor você se hidratar, não vai dar para continuarmos com você mal. -Advertiu estudando meu semblante.

-Ja estou bem e não tenho vontade de comer ou beber nada, pequena. -Confessei sentindo minha alma leve e uma sensação aconchegante, era como se fosse tudo que sempre quis estivesse ali e naquele momento, na pessoa a minha frente.